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O que é uma Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)?

O que é uma Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)?

O Instituto Ekos Brasil tem vasta experiência na elaboração de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). Somos frequentemente procurados para atender a essa demanda de diferentes tipos de organizações, sejam públicas ou privadas. Mas, o que é uma Avaliação de Impactos Ambientais? Quando preciso de uma? Para quê serve?

Antes de começar a responder a essas e outras perguntas, é importante entender o que são impactos ambientais. De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente, impactos ambientais são “alterações das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais”.

A importância da AIA

Desastres naturais ou antrópicos geram diversos tipos de impactos adversos que precisam ser devidamente identificados, avaliados e reparados. E é a Avaliação de Impactos Ambientais que avalia a alteração da qualidade ambiental – numa primeira camada da análise – e também se esta alteração é positiva, negativa, qual a sua abrangência e significância. Em resumo, a AIA indica as consequências de um determinado impacto para o meio ambiente, auxiliando no planejamento, na prevenção e na reparação ou compensação de uma área. 

Geralmente, as AIA fazem parte de um estudo maior, chamado de Estudo de Impacto Ambiental, que verifica de forma multidisciplinar os aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos de uma área.

E quais são os tipos e métodos de AIA? 

Existem os estudos de impacto ambiental  “ex ant” e “ex post”. No primeiro caso, são estudos , ligados a licenciamento de empreendimentos e auxiliam na prevenção dos impactos decorrentes da implantação de um determinado empreendimento, assim como indica ações de reparação, mitigação e compensação desses impactos.  Já no segundo caso, são estudos como os que foram conduzidos após o rompimento da barragem de Fundão, onde o impacto já aconteceu. Neste contexto, servem para avaliar os efeitos e a significância do ocorrido para propor a reparação, mitigação e compensação ambientais.

Para mensurar tais impactos é essencial o emprego de técnicas ou métodos de avaliação que visam identificar, avaliar e sintetizar os impactos de um determinado projeto ou programa.

Dentre as opções, destacam-se estas linhas metodológicas para a avaliação de impactos ambientais: Métodos Espontâneos (Ad hoc), Listagens (Check-List), Matrizes de Interações, Redes de Interações (Networks), Métodos Quantitativas, Modelos de Simulação, Mapas de Superposição (Overlays) e projeção de cenários.

Apesar de existirem diversas leis e regulamentos que regem o uso da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) no contexto de projetos sujeitos a licenciamento ambiental, não existe qualquer base regulatória para o uso da AIA em avaliações ex-post de desastres.

Dada a falta de base legal e padronização, a identificação e a reparação de impactos de desastres costumam se dar de maneira ad hoc (em conjunto com especialistas preparados e habilitados para a missão específica), com reflexões sobre as particularidades políticas e institucionais das jurisdições afetadas.

Onde as AIAs são necessárias? 

Usualmente, as AIA são necessárias em projetos de desenvolvimento urbano, empreendimentos industriais e de infraestrutura, como por exemplo loteamentos, hidrelétricas, aterros sanitários, rodovias, oleodutos, minerações, estações de tratamento de esgotos, dentre outros. E servem especialmente para apoiar tomadas de decisão, tornando as ações mais assertivas, reduzindo custos e adequando-as às leis e regulamentos ambientais.    

O Ekos Brasil executou entre os anos de 2018 e 2021 diversos estudos de Impactos Ambientais nas Unidades de Conservação do Rio Doce no contexto do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

Os estudos buscaram identificar quais impactos afetaram positiva ou negativamente as UCs, bem como mensurar a significância, a magnitude, a persistência e outros parâmetros do impacto. Todo este trabalho foi um subsídio importante para a elaboração de Planos de Ação da reparação do rio Doce. 

Entre em contato com o Ekos Brasil e saiba mais sobre nossa experiência em Avaliação de Impactos Ambientais. 

Os impactos sociais positivos para a Remediação Sustentável

Os impactos sociais positivos para a Remediação Sustentável

Nos últimos anos, principalmente na América Latina, não há espaço para desenvolver projetos de gerenciamento de áreas contaminadas (GAC) sem incorporar os preceitos de remediação sustentável. Como o próprio nome revela, sua base é trazer os princípios da sustentabilidade para dentro do planejamento de projetos, incorporando aspectos dos pilares ambiental, econômico e social.

Desde o início dos primeiros casos implementados de gerenciamento de uma área contaminada,  os impactos ambientais e econômicos advindos dessa celeuma tiveram atenção desproporcional em comparação à busca pelos impactos sociais positivos, especialmente devido à visão de muitos stakeholders de que sustentabilidade se resumia à “busca por medidas positivas ao meio ambiente” (ou seja, com foco no pilar ambiental) e ao interesse comum por preços cada vez mais competitivos e pela redução de custos. 

Assim, os impactos sociais, por muitas vezes, ainda são esquecidos durante um projeto de GAC. Entretanto, atualmente, o conceito de sustentabilidade e remediação sustentável se encontra em uma fase de maior desenvolvimento e, principalmente, implementação na realidade da América Latina. Esse fato pode ser percebido por meio de resultados de indicadores, aos quais demonstram reflexos significativos em termos de impacto social.

Cabe destacar, nesse contexto, que para todos os pilares que sustentam o conceito da sustentabilidade em um projeto de remediação, os impactos positivos e negativos gerados no processo precisam ser avaliados, e é importante que os impactos positivos se sobreponham ou tragam mais vantagens ao projeto, ao passo que os negativos sejam mitigados ou compensados. Por isso, a importância da tríade da sustentabilidade sempre deve ser considerada nos projetos, bem como serem definidos indicadores que possibilitem o monitoramento e a quantificação dos impactos, à luz dos benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Para um melhor entendimento, é interessante conhecer a inter-relação do pilar social com os demais pilares da sustentabilidade, conforme exemplificado a seguir:

tabela de impactos sociais

Investir no social impacta direta e positivamente todos os demais pilares e planejamentos de projetos de remediação sustentável. 

Venha fazer parte da rede NICOLE Latin America e dialogue conosco sobre essa temática.

E para saber mais sobre o assunto, confira o Episódio 8 do nosso podcast!

Autores: Comunicação Ekos Brasil

Revisão: Luciana Ferreira e Joyce Cruz di Giovanni

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Crise hídrica: três cenários para contornar um risco iminente.

Crise hídrica: três cenários para contornar um risco iminente

Entrevista com Reginaldo Bertolo

O ano de 2014 foi marcado por uma severa crise hídrica em todo o estado de São Paulo. A população passou a acompanhar diariamente, na mídia, os índices dos reservatórios de água do estado e se mobilizou pelo consumo consciente enquanto aguardava ansiosamente pelas chuvas. 

A falta de precipitações, combinada com uma baixa reservação e com o atraso do poder público em alertar a população para diminuir o consumo foram, literalmente, a gota d’água para o agravamento da crise à época. 

Mesmo com índices pluviométricos um pouco acima da média em janeiro deste ano, de acordo com Reginaldo Bertolo, vice-diretor do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas e professor associado no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, o risco de uma nova crise hídrica ainda existe. “Estamos entrando em um período de seca com uma reservação no (Sistema) Cantareira mais baixa que no período da crise anterior. Não temos como prever o ano, mas se tivermos um 2022 seco, vamos entrar em 2023 em uma condição pior que a de 2014”, analisa. 

Ao levantar esse alerta, Bertolo destaca que a probabilidade de novas crises é, de fato, consistente, pelo fato de haver cada vez mais fenômenos relacionados com mudanças climáticas.

“A regularidade das chuvas vem mudando e isso é perceptível. Os modelos de previsão indicam que a tendência é dos eventos de chuva serem mais espaçados com períodos de seca mais extensos. E, quando chove, a chance é maior de eventos bem intensos, com chuvas mais localizadas e na forma de tempestades. Nunca foi registrado o que aconteceu em Petrópolis, por exemplo”. 

Para o especialista, a grande questão está na irregularidade. Mesmo se chove muito, chove no lugar errado e de forma muito intensa. E, por outro lado, os grandes períodos de seca favorecem a evapotranspiração. “Esse é o problema de termos eventos climáticos extremos. Perdemos água porque não conseguimos estocar e perdemos água no período de estiagem, por evaporação”, completa. 

Desde a última crise muitas obras foram feitas para diminuir esse risco, como a interligação entre os sistemas Tietê, Cantareira e Billings. Mas é fato que nem todas as obras do mundo podem resolver um problema complexo e interdependente de diversos setores da sociedade. Além do desequilíbrio entre a oferta e a demanda, que atinge prioritariamente a quantidade de água disponível, a qualidade da nossa água também está em xeque. 

Cenas tristes dos nossos rios visivelmente poluídos são a prova de que ainda temos um longo caminho a percorrer por um saneamento adequado, que colete e trate o esgoto. “Com a ampliação do tratamento do esgoto em toda a região metropolitana de São Paulo, teríamos água limpa nos canais e a água do esgoto tratado poderia ser direcionada novamente para usos menos nobres”, explica Bertolo. 

O que fazer? 

Crises hídricas afetam toda a população e a economia de uma maneira geral. O problema começa atingindo as populações das regiões mais elevadas da cidade, onde a pressão da água é mais fraca. Mas sua extensão é a perder de vista. Chega aos produtores agrícolas e às indústrias, mesmo que muitas delas sintam o efeito retardardo por possuírem seus próprios poços. 

Os poços são mesmo uma boa opção para reduzir a demanda de água da rede, mas Bertolo alerta: “O estado oferece a outorga desses poços, o que diminui a pressão da demanda do serviço público. O problema é que de cada quatro poços, cerca de três são ilegais. É algo meio predatório e isso tem repercussões de quantidade e de qualidade”. 

Além disso, é uma opção pouco viável para o abastecimento público, pois a vazão desses reservatórios é fraca para a demanda das nossas cidades. 

Por isso, não temos uma jornada branda pela frente. De acordo com Bertolo, o que podemos vislumbrar são três cenários a longo prazo, a depender da maturidade da população e do setor público. 

O primeiro e melhor cenário seria evitar o adensamento populacional, com políticas públicas que espalhem a população criando oportunidades em outros locais, a fim de diminuir a pressão ecológica como a que vemos hoje em uma região com cerca de 20 milhões de habitantes, na Grande São Paulo. 

Um segundo cenário, completa o especialista, mais realista do que o primeiro, seria uma pressão consistente da população sobre o poder público, exigindo um maior investimento para o aproveitamento da água de forma mais racional, programas de educação para diminuir o uso per capita, criar meios de elevar significativamente as águas de reúso, de chuva e subterrâneas, e o emprego de inovação em equipamentos mais eficazes, como descargas de banheiros. 

Por fim, um cenário possível mas longe de ser economicamente e ecologicamente viável seria buscar água potável cada vez mais distante por meio de adutoras. 

Em comum, os três cenários nos deixam claro que é hora de agir: pressionar e economizar para garantir quantidade e qualidade de um bem tão precioso para a nossa existência. 

 

 

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Mariana e Brumadinho

Mariana e Brumadinho: especialista em fauna destaca importância do Monitoramento da Biodiversidade para recuperação ambiental

Mariana e Brumadinho: especialista em fauna destaca importância do Monitoramento da Biodiversidade para recuperação ambiental

Na última década o Brasil sofreu dois dos maiores desastres ambientais de sua história envolvendo atividades de mineração: o rompimento da barragem de Fundão (em Mariana) da Samarco, na bacia do rio Doce, em novembro de 2015; e o rompimento da barragem do córrego do Feijão (em Brumadinho) da Vale, na bacia do rio Paraopeba, em janeiro de 2019.

Ambos causaram uma série de impactos socioambientais inestimáveis e sua recuperação envolve desafios, desde o levantamento e conhecimento dos impactos gerados, que eventualmente irão persistir nos próximos anos, até as próprias ações de reparação junto à sociedade e ao ambiente, que são urgentes e ao mesmo tempo demandam longo processo para medir os resultados.

Uma importante ferramenta nesse contexto é o Monitoramento da Biodiversidade, que permite conhecer e fiscalizar os impactos no ambiente e acompanhar a recuperação ambiental. Tal monitoramento faz uso da ciência e de métodos científicos para construir perguntas plausíveis, elaborar hipóteses e trabalhar com condições testáveis.

À frente desses estudos de monitoramento de Mariana e Brumadinho está Adriano Paglia, especialista em fauna, professor da UFMG e parceiro do Instituto Ekos Brasil.

Paglia compartilha as principais lições aprendidas com esses desastres. “Sempre existe um trauma inicial que afeta todos. E logo depois desse grande trauma, do ponto de vista ambiental, surgem demandas às vezes conflitantes de estudos, análises e coletas de dados que, se feitas de maneira equivocada, podem não ser capazes de dar resposta alguma, como eventualmente produzir respostas que sejam contraditórias entre si e que não contribuem para a compreensão do impacto e para a eventual reparação do dano que foi feito”.

Para o especialista, um bom aprendizado, inicialmente, é “respirar” um pouco, olhar todo o cenário. “Mas a partir disso, usando a ferramenta científica, construir programas que sejam capazes de efetivamente responder às questões. Porque, caso contrário, será um grande desperdício de tempo e recurso”, completa.   

Envolvido com tais tipos de estudos antes mesmo dos desastres de Mariana e Brumadinho, Paglia também tem um trabalho consistente ao longo de anos que avalia a qualidade e a consistência técnica de monitoramentos de biodiversidade em áreas atingidas. 

De acordo com o especialista, “devemos ser capazes de usar da boa ciência, usar do método científico para construir perguntas plausíveis das quais seja possível extrair hipóteses sólidas que gerem predições testáveis”. De maneira que o monitoramento da biodiversidade em situações como essas deve ter como objetivo a “compreensão das consequências não apenas do rompimento em si, mas da restauração que está sendo realizada” e como a biodiversidade responde a essas consequências.

“Quais seriam esses impactos que ainda persistem na bacia do rio Doce em função do rompimento, quais seriam bons indicadores biológicos para monitorar esses impactos e o que se esperaria que fosse o resultado desse impacto ao longo do tempo”

No caso dos estudos de monitoramento da biodiversidade na Bacia do Rio Doce, Paglia destaca que as análises têm gerado uma grande quantidade de informação biológica. “E alguns resultados são muito interessantes”, diz.

A quantidade de informação biológica que tem sido gerada sobre a biodiversidade na bacia (do rio Doce) é muito grande. Os resultados são muito interessantes, especificamente os relacionados à biota aquática, mas também alguns estudos sobre padrões de ocorrência da fauna e da flora na bacia.

Há um aumento do conhecimento sobre a biodiversidade da bacia do rio Doce “e isso precisa estar acessível, disponível, em formato que seja de fácil compreensão

 Por isso, Paglia ressalta que, assim como tem sido feito na Bacia do Rio Doce, “É preciso confrontar sempre com dados, informações, estudos bem qualificados. É preciso investimento na ciência”, finaliza.

O Instituto Ekos Brasil agradece a colaboração de Adriano Paglia.

Entre em contato caso tenha interesse em um estudo de monitoramento da Biodiversidade de qualidade e consistência científica.

 

 

 

 

 

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Sustrem 2021

SUSTREM 2021: Especialistas do Ekos Brasil participam de conferência internacional da rede NICOLA

SUSTREM 2021: Especialistas do Ekos Brasil participam de conferência internacional da rede NICOLA 

A fim de criar oportunidades de colaboração para os desafios únicos de terra contaminada da África, além de capacitar práticas de remediação sustentáveis e reunir especialistas de todo o mundo para ampliar os horizontes da remediação sustentável e do manejo da terra, ocorreu nos últimos dias 3 e 4 de novembro a Conferência SUSTREM 2021.

Uma das atrações do evento foi o Workshop de Remediação Sustentável – Soluções no espírito do “Ubuntu”, que contou com a participação de Ana Moeri, Luciana Ferreira e Dr. Sander Eskes, trio do Instituto Ekos Brasil. Também estiveram presentes o Dr. Olivier Maurer, da rede NICOLE América Latina; Fatima Shaik, da Associação de Indústrias Petrolíferas da África do Sul (South Africa Petroleum Industry Association – SAPIA); e Dra. Ola Akinshipe, do programa de “Estratégia Nacional de Gestão do Amianto da África do Sul” (National Asbestos Management Strategy – NAMS).

Um dos pioneiros na área de remediação de solo e água subterrânea, Dr. Sander Eskes nos conta que durante as discussões descobriram muitas semelhanças entre o projeto de Jurubatuba, do Ekos Brasil, e a abordagem da SAPIA. Entre elas:

  • O desenvolvimento de programas regionais incorporando 26 áreas de estudo; 
  • A divisão de custos não-retrospectiva entre os ‘donos do problema’; 
  • Soluções baseadas em evidências reunidas por um programa regional (como o registro de integridade de tanques de armazenamento, por exemplo); 
  • Um foco especial em desafios que não podem ser solucionados individualmente por um único proprietário de uma área contaminada;
  • E outros.

Já a participação do NAMS rondou em seu objetivo principal: garantir a gestão sustentável integrada do amianto e facilitar a redução dos riscos de exposição desse composto ao meio ambiente e aos seres humanos. 

“Também durante essa apresentação, foram compartilhadas lições valiosas que podem ser aplicadas ao caso de Jurubatuba, como a forte ênfase na educação e na conscientização das comunidades afetadas pelo problema (começando nas escolas primárias) e a criação de parcerias público-privadas para financiamento regional e nacional do programa”, compartilhou o Dr. Eskes.

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in situ e ex situ

Você sabe o que é remediação in situ e ex situ?

Você sabe o que é remediação in situ e ex situ?

Atualmente, são muitas as tecnologias existentes que podem ser empregadas para a remediação de áreas contaminadas. Profissionais experientes no setor sabem que não existe uma única técnica ideal para todos os desafios encontrados no gerenciamento de áreas contaminadas: cada caso é único em suas características geológicas, hidrogeológicas, climáticas, geográficas e sociais, além de que fatores como o histórico de uso do solo da área estudada e, claro, os contaminantes de interesse nela encontrados constituem apenas algumas das “peças” do quebra-cabeças que devem ser consideradas para que seja possível a tomada de decisão acerca de qual a melhor técnica de remediação a ser adotada (ou combinação destas).

Como exemplos de técnicas comumente utilizadas, podemos citar a biorremediação, a técnica pump and treat (bombeamento e tratamento), a retirada de vapores do solo, a oxidação química e a aplicação de barreiras reativas. Esta lista, porém, está longe de ser exaustiva, especialmente considerando que novas tecnologias e diferentes formas de aplicação de metodologias já conhecidas surgem constantemente neste mercado em ininterrupta evolução.

Dentre as técnicas existentes, entretanto, há uma popular forma de distinção entre o local de sua aplicação: algumas destas mencionadas acima (e muitas outras) são consideradas técnicas in situ, ou seja, aquelas em que o tratamento da contaminação ocorre na própria área de estudo, sem que haja remoção do material contaminado para tratamento. Um ótimo exemplo de técnica in situ é a aplicação de barreiras reativas permeáveis (BRP) em locais específicos da área a ser tratada. A técnica se baseia, de forma bastante simplificada, na passagem do fluxo de água subterrânea contaminada por uma superfície permeável que proporciona reações químicas que atenuam sua carga de contaminantes. Todo o processo ocorre, portanto, no próprio local de estudo, ou seja, na área contaminada a ser tratada.

Já as técnicas ex situ são aquelas em que o material contaminado é levado para outro local para tratamento. Pode ser o caso, por exemplo, da técnica de lavagem do solo (soil washing), utilizada normalmente em casos envolvendo solos com uma concentração muito alta de contaminantes. Neste caso, o solo é retirado mecanicamente da área de estudo, tratado em local adequado e, então, devolvido ao local de origem. 

Com o aumento das preocupações do mercado em relação à sustentabilidade nos processos – incluindo, claro, os processos de remediação de áreas contaminadas -, tem havido nos últimos anos uma preferência à aplicação de técnicas in situ, já que estas não implicam no transporte de materiais para fora da área de estudo, poupando o projeto de possíveis impactos como a emissão de gases de efeito estufa (gerado por caminhões executando o transporte dos materiais contaminados, por exemplo). Não há uma “receita de bolo” para esse processo, entretanto: cada área deve ser devidamente estudada e as técnicas viáveis de aplicação devem ser individualmente avaliadas em suas vantagens e desvantagens, para que então possa ser determinada aquela que garantirá os melhores benefícios (sociais, ambientais e econômicos) ao projeto.

 

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economia circular

Economia Circular e remediação: como essas duas frentes podem caminhar juntas?

Economia Circular e remediação: como essas duas frentes podem caminhar juntas?

Perante temas ambientais que estão em grande destaque nos momentos atuais, a economia circular se mostra uma grande aliada em diversas frentes e traz soluções eficazes e inteligentes para diversos processos, desde a fase inicial (design/escopo) de um projeto, até sua fase final. O conceito “circular” pode, por muitas vezes, causar estranheza e dificuldade de implantação quando falamos de remediação de áreas contaminadas, mas, neste texto, vamos abordar um pouco como esses dois temas podem e devem andar juntos.

Afinal, o que é economia circular? A economia circular é uma alternativa que busca redefinir a noção de crescimento, que visa beneficiar toda a sociedade. Isto envolve dissociar a atividade econômica do consumo de recursos finitos e eliminar resíduos do sistema por princípio. Apoiada por uma transição para fontes de energia renovável, o modelo circular constrói capital econômico, natural e social baseando-se em três princípios:

  • Eliminar resíduos e poluição desde o princípio
  • Manter produtos e materiais em uso
  • Regenerar sistemas naturais

Em uma economia circular, a atividade econômica contribui para a saúde geral do sistema. O conceito reconhece a importância de que a economia funcione em qualquer escala – para grandes e pequenos negócios, para organizações e indivíduos, globalmente e localmente. Em termos práticos, o conceito envolve a otimização do ciclo de vida de produtos e serviços, onde buscam-se matérias primas dentro do próprio sistema e evitam-se desperdícios.

A transição para uma economia circular não se limita a ajustes visando a reduzir os impactos negativos da economia linear. Ela representa uma mudança sistêmica que constrói resiliência em longo-prazo, gera oportunidades econômicas e de negócios, e proporciona benefícios ambientais e sociais.

Remediação, como já tratamos em textos anteriores, consiste em reduzir os teores de contaminantes a níveis seguros e compatíveis com a proteção à saúde humana, seja impedindo ou dificultando a disseminação de substâncias nocivas ao ambiente.

O SuRF UK define que a remediação sustentável é uma solução ou combinação de soluções cujo benefício líquido para a saúde humana e o meio ambiente é maximizado pelo uso criterioso de recursos limitados. Para conseguir isso, adota-se abordagens sustentáveis para o processo de remediação, fornecendo um benefício líquido para o meio ambiente. São elas (SURF UK): 

  • Minimização ou eliminação do consumo de energia ou de outros recursos naturais; 
  • Redução ou eliminação de emissões para o meio ambiente, principalmente atmosféricas; 
  • Aproveitamento de processos naturais, ou utilização destes como base para novos processos;
  • Reutilização ou reciclagem de terrenos ou de outros materiais indesejáveis; 
  • Estímulo do uso de tecnologias de remediação que destruam permanentemente os contaminantes. 

O intuito de unir economia circular e os métodos e princípios da remediação sustentável se baseia no objetivo de extrair o melhor das duas metodologias e transformar ambientes, cidades, processos e sistemas. Para tanto, é necessário que os projetos estejam sempre alinhados aos princípios sustentáveis e visem, portanto, uma sociedade mais ambientalmente, economicamente e socialmente integrada e desenvolvida.

Um exemplo que une o uso da descontaminação em prol social é a Ostara. É um estudo de caso em escala urbana que trata os efluentes  para recuperação de nutrientes e produção de fertilizantes. Através da tecnologia Pearl®, a empresa canadense remove o fósforo, nitrogênio e magnésio de resíduos líquidos industriais, agrícolas e municipais para produção de grânulos fertilizantes concentrados. Depois do processo de cristalização, esses grânulos são coletados, secos, empacotados e distribuídos. Diferente dos produtos convencionais ativados por água, o fertilizante da Ostara só libera o fósforo quando entra em contato com secreções de ácidos orgânicos das raízes das plantas – sinal de que elas precisam do nutriente. Essa solução demonstra como é possível fechar o ciclo de nutrientes biológicos, purificar as águas e aumentar o rendimento agrícola com uma mesma solução, exemplificando o grande potencial das cidades na economia circular.

Em março de 2020, a rede NICOLE Latin America realizou em São Paulo um workshop sobre economia circular e remediação sustentável, onde profissionais do setor ambiental debateram a possibilidade da remediação e aproveitamento de áreas contaminadas para uso e desenvolvimento social e econômico. O evento contou com bastante participação e interesse do público, o que reflete a relevância atual do tema.

De forma a ilustrar estes conceitos, pode-se utilizar como exemplo hipotético uma extensa área que serviu por muitos anos como sede de uma grande indústria. Nesta área, as atividades industriais causaram muitos danos ao solo ao longo dos anos, o que tornou o local inviável para utilização segura para fins futuros. Em casos como este do exemplo, a junção entre técnicas de remediação sustentável e um design circular bem arquitetado pode ser a chave para a recuperação da região, tornando-a segura do ponto de vista ambiental e de saúde. O emprego de um design circular de reaproveitamento e reurbanização da área pode acarretar no desenvolvimento da economia e sociedade no entorno da região, o que consequentemente gera também uma valorização econômica.

Assim, pode-se dizer que a economia circular envolve todo um conjunto de atores da sociedade empenhados em promover a transição em larga escala, trabalhando de forma colaborativa rumo à prosperidade socioeconômica, ao mesmo tempo em que respeitam os limites naturais do planeta. Transformar a sociedade atual em um sistema circular é uma agenda necessária e básica, para que bons frutos sejam colhidos no futuro.

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áreas contaminadas complexas

O que são áreas contaminadas complexas?

O que são áreas contaminadas complexas?

O ITRC (Conselho Interestadual de Tecnologia e Regulação dos Estados Unidos) definiu em 2017 o termo “Área Contaminada Complexa” como “local onde não é esperado que ações de remediação levem ao fechamento da área ou facilitem a transição desta para um gerenciamento sustentável de longa data em um espaço de tempo razoável”.

Na prática, o termo indica que é esperado que seja necessário um tempo muito maior para que sejam atingidos os objetivos propostos para aquela área, em comparação com casos típicos de áreas contaminadas.

A complexidade da área se dá pela presença de diversos atributos que geram desafios para o processo de gerenciamento da contaminação.

Estes atributos podem estar relacionados, por exemplo, à geologia local, à presença de múltiplas áreas fontes, grande variedade de contaminantes presentes e à distribuição heterogênea de contaminantes na subsuperfície, entre outros.

Apesar do termo ser relativamente recente, áreas contaminadas complexas podem ser identificadas em diversos cantos do planeta, gerando tipicamente maiores custos e a necessidade de investigações e planejamentos ainda mais detalhados.

Em contrapartida, por conta de sua extensão e longa duração, também acabam oferecendo maiores oportunidades de inovação, redução de custos globais, redução de sua pegada de carbono e geração de benefícios sociais significativos.

Este tema é muito discutido e avaliado entre as diversas áreas e profissionais ambientais, sempre abrindo espaço para novas oportunidades de inovação, estudos e interpretações diferentes no assunto. E para você? O que é uma área contaminada complexa? Deixe sua resposta nos comentários!

Venha discutir esse e outros temas relacionados ao gerenciamento de áreas contaminadas e sustentabilidade conosco! Conheça mais sobre a rede NICOLE Latin America e participe!

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créditos de plástico

Créditos de plástico: você sabe o que eles significam?

Créditos de plástico: você sabe o que eles significam?

A expressão créditos de plástico logo nos remete à uma analogia com créditos de carbono. Apesar de diferentes e em curvas de maturidade bem distintas, a lógica é mesmo parecida, com empresas que geram incentivos econômicos como forma de compensação para projetos que reduzem o impacto ao meio ambiente.

Um crédito de plástico corresponde a uma unidade transferível que representa uma quantidade específica de resíduos de plástico. Ao comprar esse crédito de algum projeto que certificadamente destina corretamente e recicla resíduos sólidos, as empresas “neutralizam” tal impacto.

Como o assunto é muito novo, ainda enfrenta desafios e críticas.

Se por um lado, a popularização dos créditos pode trazer investimentos valiosos para financiar projetos, inovações e tecnologias para coleta e reciclagem de resíduos sólidos, além de gerar uma nova fonte de renda para famílias de catadores, como é o caso do Brasil, por outro, a iniciativa também tem gerado reflexões mais profundas no setor.

A primeira delas é que a compensação não pode servir de “escudo” para que as empresas continuem a produzir mais plástico. De acordo com a ONU, a cada ano, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico chegam aos nossos oceanos.

Por isso, compensar comprando créditos de plástico não pode ser uma iniciativa isolada, mas deve compor um modelo de gestão de resíduos, no qual a compensação entra em cena apenas após todos os esforços de redução, reuso e reciclagem. Antes de mais nada, é preciso combater o excesso e a chegada do plástico à natureza.

créditos de plástico

Outro ponto de atenção está na pouca padronização com relação aos materiais e certificações. É justo, por exemplo, que uma empresa que produz sachês como de ketchup, amostras de xampu ou sacolinhas, muito difíceis de serem coletados, compense com créditos provenientes de garrafas pet ou mamadeiras? E ainda: como são poucas as empresas que oferecem créditos de plástico, mesmo as terminologias não são padronizadas, como por exemplo, plástico oceânico. Será que vem exclusivamente do oceano, da costa ou ainda inclui aquele plástico que tem potencial de chegar ao oceano?

No início deste ano, a Verra e a 3R Iniciative lançaram um Padrão de Redução de Resíduos Plásticos com o intuito de melhorar as regras e solidificar o mercado. A metodologia inclui o estabelecimento de normas e requisitos para que os projetos possam ser certificados; a obrigatoriedade de auditorias independentes de escritório e campo para garantir que os padrões sejam atendidos; métodos sólidos e técnicos de quantificação de coleta ou reciclagem para esse tipo de projeto; e a possibilidade de inclusão no Verra Registry, um depósito central de todos os projetos registrados com rastreio da geração, da retirada e do cancelamento dos créditos de plástico.

O caminho ainda é longo para uma maior maturidade desse mercado. Hoje em dia, créditos de carbono, por exemplo, já são associados a uma mudança de todo um modelo de gestão dentro das empresas, já bastante distante de apenas contabilidade e compensação de carbono. No mercado de emissões, créditos só fazem sentido se estão atrelados a benefícios socioambientais, causando impactos positivos não apenas na natureza, mas nas pessoas, nas comunidades.

De toda forma, o caminho é também promissor, especialmente para o Brasil. Por aqui, temos a Política Nacional de Resíduos Sólidos e ter um mercado de incentivo à economia circular, contemplando todas as nossas cooperativas de catadores com mais recursos, tecnologia e geração de renda é, certamente, uma boa notícia.

Enquanto os créditos de plástico não atingem tal maturidade, aproveite para conhecer o Programa Compromisso com o Clima. Compense as emissões de carbono da sua empresa de forma simples, segura e escalável, ao lado de grandes organizações, e gerando impacto e sustentabilidade de forma colaborativa.

 

 

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aterro

Você sabe o que é um aterro sanitário?

Você sabe o que é um aterro sanitário?

Em suma, o Aterro Sanitário é o aprimoramento de uma das técnicas mais antigas utilizadas para descarte de resíduos: o aterramento. Atualmente, é uma obra de engenharia que objetiva acomodar resíduos no solo para utilizar o menor espaço prático e causar o menor dano possível ao meio ambiente e à saúde pública.

A técnica consiste basicamente na compactação dos resíduos no solo na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte.

O aterro é considerado um dos métodos sanitários mais simples de destinação final de resíduos sólidos urbanos, mas ainda exige, claro, a adoção de cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a seleção e preparo da área até sua operação e monitoramento.

Podemos identificar dois tipos de aterros hoje:

  • Aterro convencional: envolve a formação de camadas de resíduos compactados, que são sobrepostas acima do nível original do terreno resultando em configurações típicas de “escada” ou de “troncos de pirâmide”;
  • Aterro em valas: são utilizadas trincheiras ou valas visando facilitar o aterramento dos resíduos. Assim que ocorre o preenchimento total da trincheira é devolvida ao terreno a sua topografia inicial.

Desafios

O aterro sanitário deve operar de modo a garantir proteção ao meio ambiente, impedindo a contaminação das águas subterrâneas pelo chorume (líquido de elevado potencial poluidor, de cor escura e de odor desagradável, resultado da decomposição da matéria orgânica) e evitando o acúmulo do biogás resultante da decomposição anaeróbia dos resíduos.

A maioria dos rejeitos que vão parar em aterros podem ser reciclados. Infelizmente, porém, este potencial é frequentemente desperdiçado, sendo os aterros ainda o principal destino de grande parte dos resíduos gerados nos centros urbanos.

Fatores de ordem técnica e econômica inviabilizam significativamente alguns processos de reciclagem, deixando como alternativa o descarte dos resíduos em aterros. Além disso, a falta de disponibilidade de recursos também é frequentemente um fator preponderante para a implantação e operação de técnicas mais avançadas para o tratamento de resíduos em diversas localidades.

Desta forma, o aterro sanitário não deve ser considerado um vilão ou uma técnica ultrapassada dentro dos processos de proteção ambiental, mas como saída atualmente empregada para o descarte disciplinado de resíduos no solo.

Fonte: ATERRO Sanitário: Definições. InCetesb. [S. l.], Março 2020. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/biogas/aterro-sanitario/. Acesso em: 28 jun. 2021.

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