#NossoBlog
Em 28 de agosto, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) comemora seus 17 anos. Criado em 2007, esta autarquia federal é responsável pela gestão das Unidades de Conservação Federais do país, atuando na preservação e no uso sustentável da biodiversidade brasileira.
Para se ter uma ideia melhor da importância da instituição, o ICMBio gerencia um total de aproximadamente 340 Unidades de Conservação Federais, que são áreas protegidas com o objetivo de preservar a diversidade biológica, os recursos naturais e os serviços ecossistêmicos fundamentais. Além disso, também administra 14 Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação, dedicados a estudar e preservar diferentes grupos de fauna e flora. O esforço de conservação se reflete nos números expressivos, como as 12.262 espécies da fauna que foram avaliadas pelo ICMBio, muitas delas ameaçadas de extinção.
A importância do ICMBio não se restringe apenas à conservação ambiental, mas também ao incentivo do turismo ecológico. Em 2023, por exemplo, 11,8 milhões de pessoas visitaram os Parques Nacionais administrados pelo instituto, o que destaca o potencial do turismo sustentável como uma ferramenta de preservação e geração de renda.
A bióloga Carla Polaz tem uma história profissional que caminha junto com a história do ICMBio. Foi exatamente em 2007, no ano de fundação do Instituto – que se desmembrou do IBAMA, que Carla assumiu uma vaga como Analista Ambiental.
Polaz explica que o CEPTA atua atendendo demandas das Unidades de Conservação que tenham a ver com peixes e pesca, colaborando com a lista de espécies ameaçadas do ICMBio, coordenando e implementando Planos de Ação Nacional para as bacias nos biomas brasileiros etc. “Também estamos envolvidos com o Programa Monitora, fazemos notas técnicas para empreendimentos a pedido de órgãos como a CETESB e respondemos ao Ministério Público, por exemplo, em questões que envolvem tragédias ambientais”.
Esses 17 anos no ICMBio já renderam à Polaz algumas boas experiências profissionais e algumas outras bem curiosas. Ela participou, por exemplo, do processo que estruturou e trouxe a elaboração da lista de espécies ameaçadas para o ICMBio, para o Estado, algo que antes era feito por organizações parceiras. “Lá em 2010 também fiz parte do primeiro Plano de Ação Nacional para Bacias Hidrográficas que contém peixe, do qual sou coordenadora até hoje, o PAN Paraíba do Sul”.
Além disso, Polaz também recebe diretamente as perguntas da Ouvidoria sobre peixes e, por isso, tem sempre a oportunidade de falar diretamente com os cidadãos. Polaz conta, bem-humorada, a história de uma pescadora que, gentilmente, doou um exemplar de uma espécie de peixe ameaçada para um estudo no CEPTA. “O engraçado é que depois ela ligou e quis vir visitar o peixe. Nós recebemos, é claro”.
Já vislumbrando a “maioridade” do ICMBio com seus 18 anos em 2025, Polaz alimenta a esperança de um ICMBio ainda mais estruturado, com mais capilaridade e mais gente trabalhando.
O Instituto Ekos Brasil parabeniza o ICMBio pelos seus 17 anos e segue colaborando na bonita missão que compartilhamos: trabalhar pela conservação da biodiversidade e regeneração dos ecossistemas.
Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro e ativista ambiental brasileiro que se tornou um símbolo da luta pela preservação da Amazônia e pelos direitos dos trabalhadores da floresta. Nascido no Acre, Chico Mendes começou a atuar no movimento sindical defendendo os direitos dos seringueiros, que trabalhavam em condições precárias. Sua luta se intensificou quando ele passou a liderar movimentos contra o desmatamento e a expulsão dos seringueiros de suas terras, resultantes da expansão da fronteira agrícola.
Chico Mendes fundou o Conselho Nacional dos Seringueiros e ajudou a criar as Reservas Extrativistas, áreas de uso sustentável da floresta. Seu trabalho ganhou reconhecimento internacional, mas também gerou oposição de grandes interesses econômicos. Em 1988, Chico Mendes foi assassinado, mas seu legado de proteção ambiental e justiça social continua vivo. Em sua homenagem, o ICMBio leva seu nome, reafirmando o compromisso com a preservação da biodiversidade e com o uso sustentável dos recursos naturais.