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Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu: protagonista do desenvolvimento sustentável 

Cibele Lana 01 dez 2020

Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu: protagonista do desenvolvimento sustentável 

Mosaico Sertão Veredas Peruaçu

Mosaico no “dicionário ambiental” significa uma área composta por diferentes unidades de conservação próximas, justapostas ou sobrepostas, além de outras áreas protegidas, sejam elas públicas ou privadas.   

A história do Instituto Ekos Brasil se cruza com um dos 17 mosaicos de áreas protegidas reconhecidos pelo governo federal existentes no Brasil. Como parceiros e apoiadores do ICMBio na administração, logística e gestão socioambiental do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, temos também uma estreita ligação com o Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu (MSVP). 

O MSVP é composto por 38 áreas protegidas: onze delas constam na portaria do Ministério do Meio Ambiente que reconheceu o Mosaico em 2009; outras 17 foram incorporadas por meio de proposições aprovadas no Conselho do Mosaico; e ainda 2 terras indígenas e 8 RPPNs – Reserva Particular do Patrimônio Natural. 

Localizado no norte e noroeste de Minas Gerais, sudoeste da Bahia e sudeste de Goiás, o Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu está na transição entre dois biomas, o Cerrado e a Caatinga, guardando também manchas de floresta estacional ou Mata Seca. Por isso, é detentor de uma riqueza natural inigualável. Além disso, o território do Mosaico Veredas-Peruaçu faz parte da região dos Gerais, retratada de forma ímpar por Guimarães Rosa, que descreveu a riqueza cultural dos povos e comunidades tradicionais da região e seu cotidiano associado ao rico ambiente natural. 

Como conservar uma região tão vasta e tão importante para a sociobiodiversidade?

O documento que busca  a gestão integrada dessas Unidades de Conservação e elaborado pelo ecossistema de organizações que atuam no território é  o Plano Territorial de Base Conservacionista, elaborado em 2010 e atualizado em 2019, com coordenação da Funatura e financiado pelo CEPEF. De acordo com esse plano, a gestão do território deve levar em consideração 6 eixos de atuação com o objetivo de promover o desenvolvimento da região em bases sustentáveis e integrado ao manejo das unidades de conservação e demais áreas protegidas.

Turismo sustentável, extrativismo vegetal racional, agroecologia, agropecuária sustentável, conservação dos recursos hídricos e gestão integrada são os grandes eixos temáticos tratados no plano.  

Podemos dizer que, em termos de Brasil, o Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu é protagonista, dentre os outros mosaicos, de iniciativas sustentáveis já bem estruturadas.

No que diz respeito ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, já presenciamos um amplo envolvimento da comunidade com o parque, que agora, além das atividades agropecuárias tradicionais na região, enxerga na conservação da natureza uma importante fonte de geração de renda a partir do turismo sustentável. Este ano, inclusive, a região ganhou um novo projeto nesse sentido, o “Acelerando o turismo sustentável no vale do Peruaçu”, uma parceria do Instituto Ekos Brasil com o Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês).

Além do incentivo ao turismo sustentável de forma estrutural, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu também se destaca por ser uma das poucas Unidades de Conservação brasileiras detentoras de um Plano de Manejo, desenvolvido pelo Instituto Ekos Brasil, e que orienta o desenvolvimento sustentável na área do parque. 

Por fim, citamos também o acordo de Cooperação entre o Instituto Ekos Brasil e o ICMBio que proporcionou ao Parque um acompanhamento profissional e orientado da construção da sua infraestrutura, como o centro de visitantes e trilhas. 

[su_box title=”Veja o significado de Mosaico” box_color=”#6094a1″ title_color=”#ffffff”]

De acordo com lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), é reconhecido um mosaico “quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional”.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é responsável por reconhecer mosaicos, a pedido dos órgãos gestores das UC, conforme as diretrizes da  Portaria nº 482 de 14 de dezembro de 2010.

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Saiba mais sobre o Peruaçu. 

Acesse: fundoperuacu.ekosbrasil.org

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