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mudanças climáticas

“Saímos da seção de meio ambiente para a de economia. E isso mudou a importância do debate.”

“Saímos da seção de meio ambiente para a de economia. E isso mudou a importância do debate.”

Importante plataforma dedicada a traduzir a ciência climática e tentar elevar o debate sobre o tema, o ClimaInfo é, sem dúvidas, uma iniciativa de importância nacional para a formação de uma consciência sobre mudanças climáticas, seja para a sociedade civil, seja para as instituições públicas ou privadas.

Délcio Rodrigues é o diretor executivo do Instituto ClimaInfo e foi nosso convidado para uma entrevista exclusiva sobre o Dia Nacional de Conscientização sobre Mudanças Climáticas.

Confira na íntegra.

 

EKOS BRASIL – O ClimaInfo vem atuando há bastante tempo para promover um debate qualificado em relação a temas relacionados às mudanças climáticas, energia, uso da terra e políticas públicas. Você acredita que, de modo geral, o debate sobre esses temas tem se tornado mais frequente e mais qualificado? 

Délcio Rodrigues – O debate teve uma evolução, embora, a coisa complique quando nos referimos a um debate qualificado. 

Um dos motores dessa discussão mais presente é o próprio negacionismo climático. Todos nos lembramos sobre o que foi feito contra o INPE nesta gestão, com o questionamento dos dados sobre emissões e desmatamento. Acontece que esse negacionismo também empurrou a imprensa a discutir esse negacionismo. Por isso, tivemos um outro nível de debate, talvez não de qualidade, mas de exposição do debate.  

Ano passado, na questão específica da Amazônia por exemplo, o mainstream da economia entrou no debate. Vimos ex-ministros e presidentes do Banco Central propondo uma nova política. Vimos investidores internacionais pressionando o Brasil. Vimos os CEOs do Itaú, do Santander e Bradesco na mesma direção. E tivemos uma elevação da pauta ambiente/clima: saímos da seção de meio ambiente para a de economia. E isso mudou a importância do debate. 

Hoje você vê um dos pré-candidatos falando da agenda climática como decisiva para (a eleição) de 2022. Tem mais informação, tem relevância do desmatamento da Amazônia para o comércio internacional brasileiro e tem também coisas acontecendo no plano do desenvolvimento tecnológico. 

EKOS BRASIL – Uma pesquisa recente mostrou que o brasileiro apresenta um bom grau de preocupação em relação às mudanças climáticas. Inclusive, mais de 70%, indicaram que as mudanças climáticas podem causar muitos prejuízos para suas famílias. Você acha que o brasileiro tem demonstrado preocupação e atitudes efetivas em relação ao tema no seu dia a dia?

A informação que temos dessa pesquisa diz que as pessoas respondem afirmativamente essas questões. O negacionismo do clima é baixo aqui, menor que nos EUA, por exemplo. 

O que isso significa na prática, não sei. Temos um país muito pobre e que não pode se dar o luxo em optar por um produto mais caro, mas ambientalmente sustentável. Uma decisão difícil pra quem come “arroz com macarrão”. 

No dia a dia, na decisão de compra ou mesmo no voto essa percepção ainda não se materializa em ações muito concretas. As pessoas não votam em um vereador porque  ele faz um discurso climático, ou muito poucos votam.  

Essas decisões também vão depender de uma melhor distribuição de renda. Vejo a desigualdade como uma das dificuldades de ter envolvimento com essas questões. 

EKOS BRASIL – O que é necessário para que tomadores de decisão, públicos e privados, atuem de forma mais efetiva sobre os desafios que as mudanças climáticas trazem para o Brasil nos próximos anos?

No geral, empresas tomam decisões em função de lucro, pressão do mercado consumidor e pressões dos acionistas. 

Gente que investe pensando no longo prazo, pode estar sim preocupada com os riscos que essas empresas estão expostas, não só pela questão climática, mas pelas regras, normas e leis de um quadro geral que está se avizinhando.

E é aí que eu acho que o acordo de Paris seja relevante. Por mais que tenha se mostrado fraco, há 197 países do mundo assinando aquilo. E embora esses objetivos não sejam vinculantes, eles são medidos, reportados, avaliados, e isso gera um quadro novo e complexo. 

Alguns setores da economia global são profundamente influenciados pelo Acordo de Paris. Quem? A indústria de energia, por exemplo. Não chegamos no momento de turning point, mas já temos taxas maiores de crescimento no investimento em renováveis versus fóssil. Há uma curva que está se descolando. 

Outro setor é o automobilístico. Todas as metas do setor são de eletrificação e a briga está tão grande que as empresas estão quebrando. É um sinal muito forte de que tem que mudar. 

E vemos pressão de acionistas, consumidores e da própria regulação para mudar. 

EKOS BRASIL – Qual o fato mais positivo que você observou nos últimos meses em relação ao combate às mudanças climáticas? 

Sou otimista quando vejo tudo o que eu falei: Acordo de Paris,Pari, reações ao negacionismo, mudanças no setor de energia e automobilístico.  

O meu pessimismo é sobre a questão do tempo.

Vai dar tempo? 

Vai dar tempo de mudar o curso desse gigantesco transatlântico que é a economia global na direção da mudança dos dois graus do clima? Não vai dar. 

Há uma inércia. A economia precisa virar o leme com vários anos de antecedência.

Por isso, acho que vamos passar dos dois graus e acredito que muitos países vão sofrer demais. Teremos consequências muito sérias e tenho dúvidas de em que nível isso vai afetar a segurança global. Vejo um tensionamento político por conta de migrações, perda de território e crises de segurança alimentar. 

Torço para que os movimentos positivos segurem pelo menos perto de dois graus. Aí só o futuro pra dizer mesmo. 

 

 

 

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Mudanças climáticas na percepção dos brasileiros

Mudanças climáticas na percepção dos brasileiros: uma análise da pesquisa do Ibope

Mudanças climáticas na percepção dos brasileiros: uma análise da pesquisa do Ibope

É verdade que o caminho para a sustentabilidade do planeta ainda é longo e tortuoso. Mas, no que diz respeito à percepção da população brasileira sobre a gravidade das mudanças climáticas e dos seus efeitos, uma pesquisa recente realizada pelo IBOPE Inteligência confirma que estamos cientes sobre a realidade: 92% dos brasileiros e brasileiras, por exemplo, consideram que o aquecimento global está acontecendo e 77% entendem que a ação humana é a principal causa.

A pesquisa ouviu 2.600 pessoas, maiores de 18 anos, das cinco regiões do Brasil, entre os dias 24 de setembro a 18 de outubro de 2020, por telefone. E foi apresentada, na última semana, por um time de especialistas que analisaram seus resultados.

Marcos Astrini, do Observatório do Clima, enfatizou que a agenda ambiental está em um processo de avanço ainda em curso no Brasil e que, por isso, a temática não se converte em um cotidiano coerente com a percepção apontada pela pesquisa. Em resumo, o brasileiro é consciente, mas não pratica a sustentabilidade.

Uma luz no fim do túnel para essa virada de mindset pode estar em outra conclusão importante da pesquisa quando aproxima as consequências de um problema global aos nossos jovens e às nossas famílias. De acordo com o IBOPE, 88% dos brasileiros e brasileiras entendem que o aquecimento global pode prejudicar muito as próximas gerações e 72% compreendem que pode prejudicar muito suas famílias, sendo essa percepção mais alta entre a população preta (80%) – talvez um indicativo claro do maior grau de vulnerabilidade desta parcela da população por conta de condições socioeconômicas. 

Segundo Marcello Brito, da Coalizão Brasil Clima, Florestas, Agricultura, que também participou da apresentação e análise da pesquisa, há uma tendência mundial de aculturamento ambiental, ou seja, uma mudança cultural em prol do meio ambiente propiciada por ações crescentes de educação ambiental, mesmo se ainda muito distantes do desejável.

Mas Brito também lembrou que o fator renda é importante para que as pessoas escolham produtos sustentáveis, que tendem a ser mais caros. Segundo ele, o aculturamento ambiental, aliado ao componente de renda, pode ser uma combinação importante para pressionar o mercado a adotar práticas sustentáveis.  

De fato, não temos dúvidas de que educação e renda são componentes importantes para que as pessoas possam ser agentes de mudança, não apenas no cotidiano, mas também demandando práticas mais sustentáveis. Ou seja, precisamos buscar uma sociedade mais justa e igualitária, tanto para reduzir vulnerabilidades quanto para exigir mudanças de empresas e tomadores de decisão.

Vale consultar a pesquisa completa para conhecer também os dados sobre a opinião dos brasileiros acerca das queimadas na Amazônia.

 

Thiago Othero

Coordenador Técnico do Instituto Ekos Brasil 

 

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Relatório de Riscos Globais 2021 mantém riscos ambientais como agenda prioritária mundial para a próxima década

Relatório de Riscos Globais 2021 mantém riscos ambientais como agenda prioritária mundial para a próxima década

 Depois de sua edição histórica em 2020, na qual pela primeira vez os riscos ambientais estiveram no topo das ameaças para a próxima década, ocupando as 5 primeiras posições do ranking de riscos por impacto, chegou a vez de conferir novamente as reflexões, tendências e conclusões do Global Risks Report 2021 (Relatório de Riscos Globais 2021).  O documento elaborado anualmente serve como base para as discussões do Fórum Econômico Mundial, que este ano acontece em formato virtual, nos dias 25 e 29 de janeiro, reunindo 1.200 líderes de 60 países.

No ano em que o Fórum se desenrola durante uma pandemia global e tem a confiança como tema principal – “Crucial Year to Rebuild Trust (O ano crucial para reconstruir a confiança, em tradução livre) – mais uma vez o Relatório de Riscos Globais aponta a interdependência entre os impactos sociais, econômicos e ambientais, mantendo os riscos deste último no topo da lista e incluindo, obviamente, as doenças infecciosas 

Para Sônia Favaretto, especialista em Sustentabilidade e integrante do Conselho Técnico do Instituto Ekos Brasil, o fato de os riscos ambientais continuarem figurando como os principais riscos para a próxima década demonstra que a agenda ganhou evidência e que empresas, lideranças e investidores ao redor do mundo serão cobrados, cada vez mais, por suas práticas ESGs.

Cobrança que já começou. Em sua também tradicional carta endereçada aos CEOs de todo o mundo, Larry Fink, CEO e chairman da Black Rock, maior gestora de investimentos do mundo, pressionou as lideranças por uma transição para um modelo de negócios compatível com uma economia neutra em carbono. “À medida que a transição se acelera, empresas com estratégias de longo prazo bem articuladas e um plano claro para abordar a transição para a neutralidade em carbono irão se destacar perante seus stakeholders – perante clientes, autoridades governamentais, colaboradores e acionistas – por inspirar a confiança de que elas conseguem navegar através desta transformação global”, escreveu.  

A lista

Entrevistas realizadas com 650 pessoas de várias comunidades do Fórum dão origem a duas listas em evidência no relatório: uma com os principais riscos por probabilidade e outra com os principais riscos por impacto. Todos eles são divididos em cinco categorias e cores (Econômico, Ambiental, Geopolítico, Social e Tecnológico).

No ano passado, na lista por probabilidade, os cinco primeiros riscos do ranking eram ambientais. Este ano, como sinalizamos, o relatório incluiu as doenças infecciosas.

 

  

Portanto, os cinco primeiros riscos por probabilidade são: 1. Eventos climáticos extremos; 2. Falha em agir sobre as mudanças climáticas; 3. Desastres ambientais causados pelo homem; 4. Doenças Infecciosas; 5. Perda da Biodiversidade. E entre os riscos por impacto, temos: 1. Doenças Infecciosas; 2. Falha em agir sobre as mudanças climáticas; 3. Armas de destruição em massa; 4. Perda de biodiversidade; 5. Desastres naturais.

Dos 30 riscos identificados, cinco são relacionados ao meio ambiente, sendo os riscos de curto prazo, com probabilidade de acontecer nos próximos dois anos: Eventos Climáticos Extremos e Desastres ambientais causados pelo homem. E de longo prazo, com probabilidade de acontecer entre cinco e dez anos: Perda da Biodiversidade, Crise dos Recursos Naturais e Falha em agir sobre as mudanças climáticas. Este último, inclusive, foi considerado o risco de maior preocupação global, seguido por Perda da Biodiversidade (5ª posição), Eventos Climáticos Extremos (8ª posição) e Desastres ambientais causados pelo homem (9ª posição). 

“Para mim, é a comprovação de que essa agenda (a de sustentabilidade) cada vez mais deixa de ser paralela, deixa de ser acessória. As pessoas, os profissionais, os executivos, as lideranças e os governos começam a entender que, de fato, a gente precisa olhar para o negócio não só mais do ponto de vista financeiro, mas um financeiro novo, que considere questões sociais e ambientais. E ter os riscos ambientais como os principais para a próxima década só comprova esse movimento”, comentou Favaretto.

A especialista ainda recomenda que as empresas brasileiras façam bom uso do relatório como ferramenta de trabalho para orientar planejamentos estratégicos, antecipar a materialização desses riscos e atuar como protagonistas de transformação dessa realidade. “Todo risco traz uma oportunidade”, conclui.

 

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Ekos Brasil integra Rede Brasil do Pacto Global ONU, maior inciativa voluntária de cidadania corporativa do mundo 

Ekos Brasil passa a integrar a Rede Brasil do Pacto Global ONU, a maior inciativa voluntária de cidadania corporativa do mundo 

O Instituto Ekos Brasil acaba de ingressar na Rede Brasil do Pacto Global, iniciativa da Nações Unidas (ONU) para mobilizar a comunidade empresarial na adoção e promoção, em suas práticas de negócios, de Dez Princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Com a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Pacto Global também assumiu a missão de engajar o setor privado nesta nova agenda.

Criado em 2000, o Pacto Global foi idealizado pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan e dá aos membros acesso a ferramentas que contribuirão para ampliar o envolvimento da empresa/organização com os temas de sustentabilidade e com as discussões na área. Também possibilita a participação em programas locais e internacionais, dentre os quais os grupos temáticos que conduzem projetos nas áreas de Água, Alimentos e Agricultura, Anticorrupção, Direitos Humanos e Trabalho, Energia e Clima e ODS. Com mais de 15 mil participantes em quase 170 países, a iniciativa conta com mais de 1100 membros no Brasil, país que possui a terceira maior rede no mundo.

Ao integrar o Pacto Global nos comprometemos a reportar periodicamente o nosso progresso em relação aos 10 princípios.  Assim, a iniciativa estimula a evolução constante das práticas internas de sustentabilidade. As empresas que quiserem fazer parte, podem encontrar mais informações em www.pactoglobal.org.br

Entre em contato conosco e venha fazer parte desta rede. 

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Gestão das emissões de carbono: três empresas e suas ações por uma agenda climática positiva

Os riscos ambientais e econômicos relacionados às mudanças climáticas começam a ocupar, cada vez mais, as agendas estratégicas do setor privado. E o cenário crescente de acordos, regulações e mecanismos de precificação, que não é exclusivo ao Brasil, proporciona oportunidades para que as empresas evoluam não apenas a compreensão, como também a gestão das suas emissões de carbono.

De acordo com Thiago Othero, coordenador de projetos do Instituto Ekos Brasil, existem quatro pilares principais para que as instituições estejam preparadas para tratar as emissões de ponta a ponta em suas cadeias produtivas: mensurar e divulgar suas emissões; ter um objetivo de redução e adotar um plano transitório para uma economia de baixo carbono; realizar investimentos financeiros para reduzir, mitigar e zerar emissões; além de influenciar e educar o mercado a seguir os mesmos passos.

No Brasil, temos alguns exemplos de empresas já seriamente comprometidas com a gestão das emissões e com estratégias bem maduras. Três delas, que são apoiadoras institucionais do programa Compromisso com o Clima, compartilharam em evento on-line organizado pelo programa, suas principais iniciativas com a agenda das mudanças climáticas. O evento contou com cerca de 90 participantes e teve como tema: “Gestão das Emissões de Carbono: da teoria à prática”. Você pode assistir à transmissão completa aqui.

Lojas Renner

A trajetória da varejista com a gestão de suas emissões de carbono teve um marco inicial em 2010, quando realizaram o primeiro inventário de emissões. De lá pra cá, a empresa já adotou uma série de medidas de redução e mitigação, dentre elas, o uso de fontes de energia renovável e de baixo impacto, além da meta de reduzir suas emissões absolutas de Gases de Efeito Estufa em 20%, com base no inventário de 2017.

Eduardo Ferlauto, gerente sênior de sustentabilidade das Lojas Renner, também destacou o projeto Produção Mais Limpa, uma série de ações de engajamento com os fornecedores para que também eles protagonizem e elevem os seus padrões de performance ambiental.

Eduardo enfatizou o a importância de iniciativas como o Programa Compromisso com o Clima, que promovem cooperação e colaboração entre as empresas, como essenciais para construir uma agenda climática positiva. “O ambiente de troca e boas práticas com todos os parceiros que conseguimos construir dentro do programa está gerando muito aprendizado e fortalecendo muito a nossa visão de futuro para uma estratégia de mudanças climáticas”, completou.

MRV

A MRV desenvolve um trabalho em relação às mudanças climáticas a partir de um plano mais amplo em prol dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. Reconhecendo a importância da Ação Climática (ODS 13) para o seu negócio, a MRV iniciou uma série de ações para gerenciar suas emissões, desde o canteiro de obras até o relacionamento com o cliente final.

Assim como a Renner, a empresa também vem trabalhando o engajamento dos fornecedores para que se comprometam com a economia de baixo carbono. Atualmente, cerca de 97% das emissões da MRV são provenientes dos seus fornecedores, o que demonstra a importância de olhar para toda a cadeia produtiva e não apenas para dentro da própria empresa.

“Temos uma responsabilidade muito grande com esses fornecedores e com a nossa cadeia, de não só conscientizar, mas ver novas viabilidades de projetos, processos, inovações e assim por diante”, comentou Thais Morais, especialista em sustentabilidade na MRV.

Itaú

O Banco Itaú é um dos protagonistas do Programa Compromisso com o Clima e na ocasião, Isabela Aroeira, do Squad de Finanças Climáticas da organização, destacou justamente a participação no programa como uma de suas ações na gestão de carbono, facilitando, de maneira inovadora, a seleção dos projetos para compensação.

Dentre os benefícios do programa, Isabela sinalizou a importância das avalições técnicas e jurídicas, realizadas respectivamente pelo Ekos Brasil e pelo escritório de advocacia Mattos Filho, que também apoia o Compromisso com o Clima. Na visão da empresa, essas avaliações reduzem o risco da compra dos créditos de carbono, dando tranquilidade para a escolha dos projetos e trazendo celeridade ao processo de compensação.

Acesse os materiais institucionais do evento, neste link.

O Instituto Ekos Brasil busca novos apoiadores que também desejam aprimorar suas estratégias de mudanças climáticas. Se a sua empresa tem interesse no Programa, entre em contato.


 

 

 

 

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Pandemia adiou Dia da Sobrecarga do Planeta para 22 de agosto. O que podemos aprender com isso?

Pandemia adiou Dia da Sobrecarga do Planeta para 22 de agosto. O que podemos aprender com isso?

 

Todos os anos, desde 1961, a Global Footprint Network calcula o Dia da Sobrecarga do Planeta, ou seja, o dia em que passamos a demandar do nosso planeta mais recursos naturais e serviços ecossistêmicos do que ele é capaz de regenerar em um ano.

A metáfora que muitos gostam de utilizar para explicar o evento é a do crédito. A partir do dia estabelecido como o Dia da Sobrecarga do Planeta (Overshootday), podemos dizer que a humanidade está vivendo às custas de cheque especial ou do crédito que generosamente a Terra está nos concedendo, às custas das gerações futuras, pois o que poderíamos “gastar” de recursos naturais já foi gasto.

Isso significa que a humanidade utiliza atualmente o equivalente aos recursos de 1,6 planetas. Mas todos nós sabemos que temos apenas 1.

Nos últimos dois anos essa data aconteceu no final de julho e, ano a ano, vinha acontecendo cada vez mais cedo. Este ano, em decorrência da pandemia e como consequência do isolamento social e da desaceleração econômica, houve uma redução de 9,3% na pegada ecológica da humanidade desde 1º de janeiro de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado e, por isso, a data estipulada pelo cálculo da Global Footprint Network será dia 22 de agosto. Ou seja, três semanas de adiamento.

Em outras circunstâncias seria ótimo poder comemorar o feito. Mas, esse resultado só se deu pela crise pandêmica. E, por isso, podemos tirar aprendizados.

O primeiro é que é perfeitamente possível mudar nossos hábitos de consumo e nos limitarmos ao essencial. Isso ajudaria enormemente na redução das emissões dos gases de efeito estufa liberados no processo de produção e distribuição de bens, significando diminuição da extração madeireira, no caso de países como o Brasil, do uso de combustíveis fósseis, da destruição de ambientes naturais, dentre outros.

Um segundo aprendizado nos diz que os governos são capazes de agir corretamente, seja na redução de despesas e melhor uso de recursos públicos, seja colocando leis em prática, quando se trata de proteger a vida. E aqui fica o questionamento: conservar a natureza não significa proteger a vida?

E um terceiro aprendizado é que é possível fazer tudo isso em um curto espaço de tempo.

O que é a pegada ecológica

De acordo com a Global Footprint Network, a Pegada Ecológica é a métrica que contabiliza recursos biológicos mais abrangente e disponível atualmente. O método calcula toda a procura humana por áreas biologicamente produtivas – alimentação, madeira, fibras, sequestro de carbono e infraestrutura. Atualmente, as emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis constituem 60% da Pegada Ecológica da humanidade.

Como é feito o cálculo

Em termos gerais, a organização divide a biocapacidade do planeta – a quantidade de recursos que a Terra pode gerar em um ano – pela pegada ecológica da humanidade e multiplica pelo número de dias do ano.

 

 

 

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13 tecnologias sociais para combater a desertificação

13 tecnologias sociais para combater a desertificação

Dia Mundial de Combate à Desertificação

 

Todos os anos, no dia 17 de junho, a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, em inglês) convida a sociedade civil e as lideranças globais a refletirem sobre os impactos da desertificação na vida da população mundial e sobre as ações possíveis de implementação para solucionar o problema.

A UNCCD define a desertificação como um processo de degradação e consequente destruição do potencial produtivo do solo de áreas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultado de fatores ambientais, como variações climáticas, mas também e  principalmente, de ações humanas, como o desmatamento, a utilização de agrotóxicos, queimadas e uso intensivo do solo. Os impactos decorrentes destes processos refletem tanto no âmbito ambiental com a perda da fertilidade do solo, e da biodiversidade  no âmbito socioeconômico com a perda da qualidade de vida das populações dessa região.

De acordo com a UNCCD (2020), estima-se que atualmente mais de 2 bilhões de hectares de terras antes produtivas estão degradadas em todo o mundo. No Brasil, os dados também são alarmantes. Em estudo publicado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, 2016), o Semiárido brasileiro, região que abrange cerca 1.323.975,4 km², especialmente nos estados de Alagoas, da Bahia, do Espírito Santo, do Maranhão, de Minas Gerais, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e do Ceará está sujeito a secas periódicas e conta com terras em estágio avançado de degradação e desertificação.

O tema da desertificação, por apresentar dados preocupantes e por se tratar de um problema global, com forte influência no equilíbrio dos ecossistemas do planeta, ganhou uma meta específica dentro do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15: “até 2030, combater a desertificação, restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados por desertificação, secas e cheias, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo” (meta 15.3).

 

E, na prática, como combater a desertificação?

O Instituto Ekos Brasil, por meio dos programas Ecomudança e Compromisso com o Clima, além de outras frentes de atuação, lida diretamente com projetos de desenvolvimento sustentável no Semiárido brasileiro e, por isso, auxilia com frequência as comunidades locais a implementar diferentes tipos de tecnologias sociais que contribuem para o combate à desertificação e fortalecem a convivência com o semiárido.

As tecnologias sociais são “um conjunto de técnicas, metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para a inclusão social e melhoria das condições de vida”. (SEBRAE, 2017)

Abaixo, listamos 13 destas metodologias que estão descritas no site da Embrapa, assim como seus benefícios.

 

Recuperação da mata ciliar 

Controla a erosão das margens das calhas dos rios e riachos, controla o aporte de nutrientes e de produtos químicos carreados aos cursos d’água, protege a zona ripária e filtra os sedimentos e nutrientes.

Reflorestamento 

Regulariza do ciclo hidrológico, previne a erosão, protege à fauna, melhora as condições geoambientais, incentiva à apicultura, controla os níveis de degradação do solo e da vegetação, aumenta os recursos hídricos, reduz os prejuízos na agricultura relacionados com enchentes, aumenta o estoque sustentável de madeira legal, sequestra CO2 e reduz o efeito estufa.

Quintais produtivos 

Proporcionam maior diversificação da produção e menos riscos, favorecem a proteção dos solos contra efeitos erosivos, aumentam a ciclagem e disponibilidade de nutrientes, ficam próximos à moradia do produtor, melhoram a qualidade do alimento em função da não utilização de agrotóxicos e ainda auxiliam na segurança alimentar do rebanho.

Veja um exemplo de projeto com implementação de quintais florestais.

Sistemas Agroflorestais (SAFs) 

Seus custos de implantação e manutenção são reduzidos, permitem produção diversificada, aumentam a renda familiar e melhoram a alimentação, favorecem a recuperação da produtividade de solos degradados por meio de espécies arbóreas implantadas, melhoram a estrutura e fertilidade do solo devido à presença de árvores que atuam na ciclagem de nutrientes, reduzem a erosão laminar e em sulcos, aumentam a diversidade de espécies e aumentam a produtividade, devido a fatores interligados do sistema (sombra + conforto animal).

Veja um exemplo de projeto com SAFs.

Barragem subterrânea

Permite economia na construção, menor perda de água por evaporação (não existindo “espelho d’água a insolação quase não atua) e proporcionam maior proteção da água contra a poluição bacteriana superficial (já que a água fica armazenada na sub-superfície).

Veja cinco exemplos de projetos bem-sucedidos que utilizam tecnologias sociais

Barragens sucessivas 

Reduzem o assoreamento dos reservatórios e rios, promovem a dessalinização ou a fertilização gradual do solo e a oferta de água em quantidade e qualidade nos tributários ou riachos da microbacia hidrográfica, colaboram com o ressurgimento da biodiversidade da Caatinga, favorecem a disponibilidade diversificada de alimentos no fundo dos vales (reduzindo a pressão da vida animal sobre a vegetação, nas vertentes da microbacia hidrográfica) proporcionam disponibilidade de água para o consumo animal, segundo uma distribuição temporal e espacial satisfatória.

Barraginha / Barreiro 

Melhora a qualidade do solo por acumular matéria orgânica, mantém o microclima ao redor da barraginha mais agradável, e a umidade no entorno também é favorável ao plantio de grãos, frutas, verduras e legumes.

Barreiro trincheira 

Armazena água da chuva para a dessedentação animal e para a produção de verduras e frutas que servirão à alimentação da família, garantindo a soberania e segurança alimentar.

Captação in situ 

Controla a erosão, conserva o solo, permite maior disponibilidade de água para as plantas, aumentando a resistência aos veranicos, possui baixo custo de implantação, e favorece a recarga do lençol d’água.

Cisterna calçadão 

Possui baixo custo e fácil construção. A água pode ser utilizada para irrigar quintais produtivos, plantar fruteiras, hortaliças e plantas medicinais, e para criação de animais. Pode-se fazer irrigação de salvação, utilizar a água para sistemas simplificados de irrigação, e utilizar o calçadão para secagem de produtos como feijão, milho, goma e a casca e a maniva da mandioca que, passadas na forrageira, servem de alimento para os animais e para outros usos.

Poços rasos 

Contribuem para manter a família de pequenos produtores rurais no campo e ampliam a renda familiar a partir da produção contínua de frutas e hortaliças.

Isolamento da área 

Conduz à regeneração natural e enriquecimento da área para incremento da biodiversidade.

Cordões de pedra em contorno 

Adequado a pequenas propriedades, controla o volume e a velocidade das enxurradas (deposição e retenção de uma massa de sedimentos sobre a área onde são construídos), modifica o micro-relevo na faixa compreendida entre os cordões, permite o aumento da profundidade efetiva sobre a área de deposição, ajuda na melhoria das propriedades físico-químicas do solo, sobre a área de deposição.

 

Fontes:

https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/degradacao-neutra-terra.pdf

https://mma.gov.br/perguntasfrequentes?catid=19

https://www.unccd.int/actions/17-june-desertification-and-drought-day

https://www.unccd.int/actions17-june-desertification-and-drought-day/2020-desertification-and-drought-day

http://sustentabilidade.sebrae.com.br/Sustentabilidade/Para%20sua%20empresa/Publica%C3%A7%C3%B5es/Tecnologias-Sociais-final.pdf

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Precificação de carbono no Brasil – o mercado regulado está próximo?

Precificação de carbono no Brasil – o mercado regulado está próximo?

Por Thiago Othero* 

No início deste ano, entidades do setor privado reuniram-se com representantes do Governo para discutir a implementação de um mecanismo regulado de precificação de carbono no Brasil. Tal mecanismo, ainda em estudo, deve envolver o comércio de emissões a partir de um sistema cap and trade. (Ver box no final do artigo)

Um mercado regulado pode ajudar a direcionar mais recursos para uma economia de baixo carbono. Nesse cenário, um número crescente de organizações deve passar a reportar suas emissões de Gases de Efeito Estufa e buscar alternativas para reduzir custos e gerar oportunidades com medidas e projetos socioambientais. 

Apesar do tema avançar devagar no Brasil, esse movimento do Governo brasileiro dá continuidade a uma série de ações que vêm sendo desenvolvidas no País. Abaixo, destacamos algumas delas. 

Iniciativa pública por um mercado regulado

O Projeto PMR Brasil (Partnership for Market Readiness Brazil)  tem por objetivo discutir a conveniência e oportunidade da inclusão da precificação de emissões em território nacional. Com início em 2014 e previsão para encerrar ainda em 2020, o PMR pode prover o  Governo brasileiro com uma série estudos essenciais para embasar a decisão sobre como implementar a precificação de carbono e também dar indicativos para os próximos passos. 

Em uma segunda fase desse projeto, a partir de julho de 2020, o Banco Mundial dará início ao PMI (Partnership for Market Implementation) e, com ele, espera-se que o Brasil e outros 29 países coloquem em prática iniciativas piloto ou de larga escala envolvendo a precificação de carbono, alinhadas com suas prioridades nacionais e com os compromissos estabelecidos com o Acordo de Paris. 

O “empurrão” do setor privado 

Além dessas iniciativas públicas, não podemos deixar de destacar a atuação do setor privado em conduzir a agenda de precificação de carbono no País. Por aqui, bancos privados e grandes empresas vêm se posicionando favoravelmente ao mercado regulado. Articuladas pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), lançaram publicações importantes sobre o assunto, que fornecem diretrizes sobre como a precificação de carbono pode tomar forma no Brasil. 

Dentre essas publicações, destacamos em especial a Carta Aberta do Setor privado apoiando à precificação de carbono no Brasil  e o mais recente Posicionamento Empresarial sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris.

Possíveis características do mercado de carbono regulado no Brasil 

Considerando o que está disponível no PMR e nos documentos do CEBDS, podemos esperar que a precificação de carbono no Brasil:

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  • Priorize mecanismos de mercado (comércio de emissões), desenhado de forma a não elevar a carga tributária
  • Tenha uma implementação gradual, com um primeiro período de compromisso restrito a poucos setores da economia e ambições mais modestas. A ênfase deste primeiro período, que deve durar entre dois e cinco anos, será no aprendizado e no desenvolvimento da governança e dos instrumentos necessários para o mercado.
  • Tenha elementos para proteger a competitividade dos setores envolvidos, especialmente no contexto das exportações e da economia global.
  • Adote regras flexíveis para evitar custos de transação altos.
  • Fomente investimentos privados nacionais e internacionais para o cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) do Brasil, conforme proposto pelo Governo Brasileiro no âmbito do Acordo de Paris.
  • Regule as emissões de determinados setores da indústria, mas permita a participação de outros setores (como agropecuária) por meio da geração de créditos de carbono.
  • Aceite  projetos e créditos de carbono levando em conta os aprendizados dos mecanismos existentes, especialmente do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecido como parte do Protocolo de Quioto.

[/su_list]

Há ainda muito o que se fazer, é verdade. Porém, como destacamos, importantes passos são dados nessa direção. 

Sabemos que a pandemia da COVID-19 deve reduzir o ritmo das decisões nesses próximos meses, mas acreditamos que o interesse do setor privado e de grandes investidores nessa agenda deve ajudar o tema a avançar ainda em 2020. Afinal, o tema das mudanças climáticas e da responsabilidade socioambiental corporativas foram de grande importância na última reunião do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos (Suíça) em Janeiro deste ano. 

A importância do pioneirismo

A experiência em muitos países vêm demonstrando que as empresas que se preparam com antecedência são beneficiadas quando novas regulações entram em vigor. Ou seja, o pioneirismo tem seus custos, mas gera resultados favoráveis no médio e longo prazos.

Empresas como as apoiadoras institucionais do Programa Compromisso com o Clima vêm liderando esta agenda há bastante tempo no Brasil e agora estão muito melhor posicionadas para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos de uma economia que precifica as emissões de carbono. 

Os projetos apoiados pelo Programa desenvolvem iniciativas alinhadas com diversos pontos da NDC brasileira. Ter um mercado regulado ajudaria alavancar ainda mais o financiamento desses tipos de projeto que promovem a redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa ao mesmo tempo que em geram benefícios ambientais para as comunidades ao seu entorno. 

[su_box title=”Como funciona o comércio de emissões” box_color=”#6094a1″ title_color=”#ffffff”]

Nesse mecanismo, é estabelecido um limite de emissões para empresas de um determinado setor.  Caso a empresa emita menos CO2e do que seu limite (cap), ela poderá comercializar (trade) seu excedente com as indústrias que emitiram mais do que o limite. 

Nesse tipo de mecanismo, normalmente também são aceitos os créditos de carbono, que são certificados que uma quantidade de emissões foi reduzida ou removida da atmosfera pela realização de um projeto. Estes projetos tipicamente envolvem a aplicação de uma tecnologia de baixa emissão de CO2 e são realizados por empresas ou organizações sem fins lucrativos de outros setores que não possuem limites de emissão. Desta forma, o mecanismo de comércio de emissões fomenta as reduções de emissões do setor que é regulado e também apoia o desenvolvimento de iniciativas voluntárias em outros setores da economia. 

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*Thiago Othero é especialista em projetos de redução de emissões e serviços de gestão corporativa de carbono. Foi responsável pelo desenvolvimento de projetos de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e sob o mercado voluntário de carbono. Atuou na elaboração de estratégias corporativas de baixo carbono para empresas dos setores financeiro, energético, industrial, de aviação civil e de saneamento, dentre outros. Atua como Coordenador de Projetos no  Programa Compromisso com o Clima.  

 

Referências:

Acordo de Paris e NDC Brasileira: https://cebds.org/acordo-de-paris-e-ndc-brasileira/#.Xo3kHupKjGh

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Ekos Brasil assina carta e apoia diretrizes para as Soluções Baseadas na Natureza

Ekos Brasil assina carta e apoia diretrizes para as Soluções Baseadas na Natureza

O Instituto Ekos Brasil, se uniu a mais de 70 especialistas, representantes acadêmicos e de organizações não-governamentais ao redor do mundo, e assinou uma importante carta com diretrizes para as Soluções Baseadas na Natureza (NBS, em inglês) endereçada ao presidente da COP261.  

A carta apresenta quatro princípios de suma importância para proteger e restaurar ecossistemas capazes de promover benefícios para o bem-estar humano e para a biodiversidade, simultaneamente. A assinatura foi feita pela presidente, Ana Moeri, e pela coordenadora de relações institucionais, Ciça Wey de Brito.  

Portanto, o Instituto Ekos Brasil apoia os quatro princípios endossados na carta e descritos a seguir:

[su_service title=”Reduzir emissões” icon=”icon: leaf” icon_color=”#6094a1″]

As soluções baseadas na natureza são ferramentas poderosas capazes de capturar carbono da atmosfera, mas não substituem o corte de emissões de gases de efeito estufa. Do ponto de vista das mudanças climáticas, devemos reduzir rapidamente as emissões de combustíveis fósseis, descarbonizar as economias e também manter, gerenciar e restaurar os ecossistemas de maneira sustentável.

[/su_service]

[su_service title=”Conservar e proteger os ecossistemas existentes” icon=”icon: leaf” icon_color=”#6094a1″]Solos intactos, florestas, campos, matagais, pântanos e ecossistemas aquáticos são repositórios vitais de carbono e biodiversidade. No entanto, estamos perdendo-os em um ritmo alarmante. É fundamental proteger esses últimos redutos da natureza.[/su_service]

[su_service title=”Ser socialmente responsável” icon=”icon: leaf” icon_color=”#6094a1″]Envolver os povos indígenas e as comunidades locais e também respeitar e defender seus direitos e liderança. Contribuir proativamente com modelos econômicos justos e sustentáveis ​​que criem novas oportunidades de emprego, evitando a concorrência com atividades existentes, como a produção de alimentos. A restauração e conservação de ecossistemas só é sustentável quando as comunidades locais se favorecem dos benefícios sociais, econômicos e ecológicos que os ecossistemas fornecem.  [/su_service]

[su_service title=”Ser ecologicamente responsável” icon=”icon: leaf” icon_color=”#6094a1″]As soluções baseadas na natureza devem ser baseadas em princípios ecológicos rigorosos. A biodiversidade é vital para ecossistemas saudáveis, mais produtivos, resilientes e benéficos. A diversidade de espécies nativas proporciona muitos benefícios como armazenamento de carbono, produção de alimentos e proteção contra inundações, secas e doenças. Já as monoculturas de espécies exóticas ou plantações de baixa diversidade dificilmente proporcionam esses benefícios.[/su_service]

 

O que são as Soluções Baseadas na Natureza? 

Framework conceitual da IUCN

O termo foi cunhado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês) e é definido como “ações para proteger, gerir de forma sustentável e restaurar ecossistemas naturais ou modificados, que abordam os desafios da sociedade de maneira efetiva e adaptativa, proporcionando simultaneamente o bem-estar humano e os benefícios da biodiversidade”.

Saiba mais nessa publicação da P22.

De acordo com o site da IUCN, as Soluções Baseadas na Natureza têm como objetivo apoiar a conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, protegendo o bem-estar da sociedade ao mesmo tempo em que reflete sobre valores culturais e sociais e aprimora a resiliência dos ecossistemas e sua capacidade de renovação e prestação de serviços.

Dentre os principais desafios enfrentados pelos princípios das SbN estão a segurança alimentar, as mudanças climáticas, a segurança hídrica, a saúde humana, o risco de desastres e o desenvolvimento social e econômico.

Por que assinamos a carta agora?

As instituições que apoiam a assinatura da carta ao presidente da COP26 e seus princípios listados acima entendem que a atual crise pandêmica colocou holofotes no problema ambiental, mas também no potencial das soluções para esse problema com gigantescos investimentos por parte de governos e corporações.

Nunca como agora, temos acesso a tantas informações, especialmente científicas, para implementar as Soluções Baseadas na Natureza.

A carta também deve contribuir com o lançamento pela IUCN, no próximo mês de junho, dos novos Padrões Globais (Global Standards) como um benchmark de responsabilidade social e ecológica para governos e agentes civis, após dois anos de consulta em 100 países.

 Se você também deseja apoiar a ação, utilize a hashtag #TogetherWithNature em suas redes sociais.

 

  1. 26a reunião da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A reunião será realizada no Reino Unido em data a ser confirmada.

E a Terra respirou…

E a Terra respirou…

Por Ciça Wey de Brito

Posso falar por mim, e acredito que todos os seres viventes no Planeta podem comprovar, que este será o primeiro dia da Terra, de todos os que já comemoramos, que este ente único do universo parece estar mais sossegado.

Após 31 anos, o Himalaia tornou a ficar visível na Índia com a redução da poluição

Tudo porque um microscópico vírus teve a proeza de fazer a humanidade se fechar em casa, consumir menos e dar espaço para seus co-habitantes do planeta saracotearem mais à vontade. O ar está mais limpo, sem a poluição dos automóveis, aviões, indústrias; as praias, baias, rios e lagos tem recebido menos efluentes, poluentes e esgoto, por que as pessoas têm saído menos, viajado menos; animais que são extraídos da natureza como os peixes e outros podem viver sua vida sem serem capturados por redes e armadilhas; o silêncio está mais presente, tornando possível que até os sons das profundezas do nosso planeta possam se fazer ouvir.

Para a sociedade ocidental contemporânea, o ato de chamar a atenção para a Terra é registrado como tendo sido ideia de um senador americano chamado Gaylord Nelson, depois que ele presenciou a destruição causada por um grande vazamento de óleo na Califórnia em 1969. Naquele ano, no dia 22 de abril, milhões de pessoas nos Estados Unidos saíram às ruas para manifestar em favor de um planeta mais saudável e sustentável. O resultado prático nos EUA foi a criação da Agência de Proteção Ambiental e atos como do Ar Limpo, Água Limpa e das Espécies Ameaçadas.

Mas, pelo jeito, já não se fazem mais senadores como esse… Apesar de termos registro de vários fatos que mostram como estamos maltratando a Terra, nosso meio de vida continua insustentável por causa do nosso consumo irresponsável.

Desde os anos 1970, a organização Global Footprint Network faz o cálculo da pegada ecológica e mostra o ponto máximo de uso de recursos naturais que poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente. Este dia é chamado de dia da sobrecarga do Planeta. Em 2019 este dia foi 29 de Julho, três dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica. Ou seja, para mantermos o mesmo padrão de consumo atual, seria necessário 1,75 planeta Terra.

Em 2009 a Organização das Nações Unidas (ONU) reforçou a celebração do Dia da Terra chamando a atenção sobre nossa responsabilidade coletiva de promover a harmonia com a natureza e a Terra e alcançar um balanço entre economia, sociedade e ambiente. Disse na ocasião, o então Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon: “Quando nós ameaçamos nosso planeta, minamos nossa própria casa – e nossa sobrevivência no futuro”.

Outros sinais do nosso exagero consumista vêm sendo mostrados por grupos de cientistas como os refletidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sobre a crise climática, pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) sobre a deterioração dos serviços prestados pela natureza para o bem-estar humano como alimentos, água doce, regulação do clima, polinização, entre outros. O Planeta tem limites e estes devem ser respeitados. Crescimento e consumo infinitos são uma falácia, um suicídio coletivo.

Neste ano de 2020, com a pandemia do Covid-19 vivemos uma lição importantíssima, que mostra, dentre outras coisas, a nossa fragilidade como espécie.

Que possamos aproveitar esse dia da Terra para refletir e lutar por novas formas de produzir, de consumir, de conviver e de compartilhar. É a nossa chance de continuarmos como espécie neste planeta por muitos mais anos.