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A criação do mercado regulado de carbono no Brasil se mostra essencial para que o país consiga atingir suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa estabelecidas na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês).
No entanto, a sua implementação não significa uma disrupção apenas para o setor público. Ao incentivar a descarbonização e precificar as emissões, o mercado regulado também promete estremecer o setor empresarial, reservando bônus para aqueles negócios comprometidos com a redução das emissões e penalizando quem não o fizer.
Para atender a lei interna e ao mercado externo, as empresas serão pressionadas a mudar estratégias de gestão climática e ESG.
Afinal, quem vai querer ficar de fora de um mercado que pode gerar movimentar até US$ 100 bilhões até 2030?
Neste artigo mostramos que o processo de implementação do mercado regulado pode levar em média 5 anos.
Por onde começar para integrar a descarbonização à sua estratégia ESG?
O primeiro passo é quantificar as emissões reguladas. Para isso, as empresas devem elaborar um inventário de emissões, considerando o Escopo 1 (emissões diretas de processos produtivos e consumo de combustíveis fósseis, como, por exemplo, exemplo: caldeiras, fornos, frotas próprias); e o Escopo 2 (emissões indiretas pelo consumo de energia elétrica). Ter um inventário robusto permitirá compreender as emissões da empresa e antecipar os impactos financeiros da regulação.
Com base no diagnóstico, a empresa deve estruturar planos de descarbonização, priorizando ações dentro dos escopos regulados, tais como:
– Eficiência energética: atualizar processos industriais e adotar tecnologias mais eficientes.
– Substituição de combustíveis: reduzir o uso de combustíveis fósseis em processos produtivos.
– Otimização de processos: melhorar fluxos operacionais para reduzir consumo de energia e insumos.
– Redução de desperdícios: adotar medidas para minimizar perdas no uso de matérias-primas e insumos energéticos.
A conformidade com o SBCE exigirá que empresas monitorem o limite de emissões estabelecido e tomem decisões estratégicas como reduzir emissões para minimizar a necessidade de compra de permissões no mercado regulado e, caso necessário, negociar permissões dentro do sistema para evitar penalizações. Além de acompanhar a regulamentação sobre a possível integração entre o mercado regulado e o mercado voluntário de carbono.
A regulamentação trará novas obrigações para as empresas, tornando essencial a integração do tema na governança corporativa. Vale ficar atento para criar métricas e indicadores internos para acompanhar a performance de emissões, além de incluir metas de carbono na estratégia da empresa. Outra boa prática é capacitar equipes para adaptação às regras do mercado regulado.
Embora o mercado voluntário de carbono não substitua a necessidade de redução dentro do SBCE, ele pode ser útil como uma estratégia de transição. Empresas podem utilizar o mercado voluntário para compensar emissões residuais enquanto implementam mudanças estruturais e aprimorar sua experiência em negociação de créditos antes da entrada definitiva no mercado regulado. A experiência com o mercado voluntário também pode servir para obter uma prévia da precificação do carbono, analisando como a compra e venda de créditos impactam financeiramente a organização.
A regulamentação do mercado de carbono no Brasil mudará a forma como as empresas gerenciam suas emissões. Estruturar um plano de descarbonização estratégica será essencial para evitar custos elevados e se manter competitiva.
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