Conheça 5 Centros Nacionais de Pesquisa em biodiversidade do ICMBio com importância internacional
Como país detentor da maior biodiversidade do mundo, investir em pesquisa científica é uma iniciativa essencial para preservar, monitorar e apoiar projetos que prezem por essa riqueza tão grande que possuímos.
São diversas as instituições que desenvolvem trabalhos primorosos nesse sentido, mesmo com todos os desafios de aporte e inovação que um país em desenvolvimento como o nosso enfrenta.
Hoje, vamos dar o devido destaque a cinco Centros Nacionais de Pesquisa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que por seus trabalhos de excelência vêm alcançando destaque internacional.
Juntos, esses centros já publicaram mais de 450 artigos científicos nos últimos cinco anos.
Vamos conhecê-los?
1. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC)
Criação: 2017
Principais objetivos:
Elaborar diagnósticos científicos sobre a conservação da fauna, realizar pesquisa científica sobre conservação e uso sustentável do Cerrado, monitorar a biodiversidade do bioma, implementar Planos de Ação de Conservação do Cerrado, apoiar ações de manejo, atuar na prevenção e no controle de degradação e recuperação de ecossistemas do Cerrado, entre outros.
Atuação internacional:
Em setembro do ano passado, o projeto de restauração de campos e savanas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi premiado como a melhor inciativa na VII Conferência Mundial da Sociedade Internacional de Restauração Ecológica. O prêmio foi um reflexo do projeto que mudou a vida da comunidade local da Chapada dos Veadeiros com a cooperativa de sementes nativas do Cerrado e que proporcionou a recuperação de mais de 100 hectares com o método, considerado mais eficaz que o tradicional plantio de mudas.
Também publicaram periódicos internacionais artigos referentes à recuperação de áreas degradadas, manejo integrado do fogo, fauna invasora além de trabalhos diversos focados em espécies endêmicas do Cerrado.
2. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Aves Silvestres (CEMAVE)
CEMAVE – Reprodução ICMBio
Criação: 1977
Principais objetivos:
Coordenar o programa nacional de marcação de aves na natureza, avaliar do estado de conservação das aves brasileiras, elaborar e coordenar Planos de Ação Nacionais para conservação de espécies, promover treinamentos e cursos e desenvolver pesquisas de campo para o monitoramento de aves, além de publicar pesquisas científicas, entre outros.
Atuação internacional:
Em agosto, a analista ambiental Manuella Souza, que coordena o Sistema Nacional de Anilhamento de Aves Silvestres (SNA), representará o Cemave num workshop do Comitê de Coordenação de Pesquisa em Marcação de Aves em Vancouver (Canadá), dentro do Congresso Internacional de Ornitologia. O Cemave é referência no anilhamento de aves silvestres no Brasil e constantemente está em intercâmbio com outros sistemas de anilhamento no mundo.
3. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (CEPSUL)
Criação: 1984
Principais objetivos:
Avaliar o estado de conservação das espécies da fauna marinha, elaborar Planos de Ação Nacionais, monitorar a biodiversidade, apoiar o Sistema de Unidades de Conservação federais
Atuação internacional:
No ano passado, o Cepsul marcou presença no 17º Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar (COLACMAR) que ocorreu em Balnerário Camboriú (SC) e mais recentemente na Sharks Internationak Conference, em João Pessoa (PB) evento que reuniu cientistas e pesquisadores de tubarões e raias.
4. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Populações Tradicionais (CNPT)
Criação: 1992
Principais objetivos:
Produzir por meio de pesquisa cientifica, do ordenamento e da análise técnica de dados o conhecimento necessário à conservação da biodiversidade, do patrimônio espeleológico e da sociobiodiversidade associada a povos e comunidades tradicionais.
Atuação internacional:
Nos últimos anos, a tese da analista ambiental Iara Vasco sobre Gestão de Áreas Protegidas em sobreposição com Terras Indígenas, fruto de uma pesquisa realizada pelo CNPT, foi apresentada e debatida em vários congressos de peso internacional. Em 2014, fez parte de sessão no VI Congresso Mundial de Parques da UICN, na Austrália e do I Encontro de Aborígenes, Indígenas e Comunidades Tradicionais dos Cinco Continentes. O evento ocorreu em 2014, no Parque Nacional de Blue Mountains, também na Austrália. O trabalho também foi apresentado durante o Seminário Internacional de Gestão de Áreas Protegidas (Sigap), em Manaus.
Outra temática que constantemente aparece nos congressos internacionais é a do turismo interativo com a fauna Amazônia, especialmente o turismo com botos no Parque Nacional de Anavilhanas. A pesquisa é fruto do esforço do analista Marcelo Vidal e já foi apresentada em países como Canadá e Chile.
5. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos (CENAP)
CENAP – Reprodução ICMBio
Criação: 1994
Principais objetivos:
O CENAP estimula, coordena, desenvolve atividades de manejo, pesquisa e conservação que envolvem desde o entendimento da ecologia das espécies alvo do centro, como a resolução de conflitos entre predadores e proprietários rurais, em todo o território nacional.
Atuação internacional:
Os analistas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) têm participado de diversos eventos, palestras e reuniões e capacitações em instituições conceituadas como o Instituto Smithsonian e a Sociedade Americana da Vida Selvagem, além de palestras em países como Dinamarca, Paraguai e Colômbia. Os trabalhos tratam de temáticas como canídeos e felinos, especialmente a onça-pintada. Só neste ano, o Cenap participou de 4 eventos internacionais, inclusive do Fórum de Alto Nível sobre Jaguares, realizado na ONU, em março.
De 2013 para cá, servidores do Cenap produziram e publicaram 32 artigos científicos em periódicos internacionais, tendo a onça-pintada como um dos principais temas, mas também tratando de assuntos como grandes felinos brasileiros, sauim-de-cara-suja, canídeos e outros predadores carnívoros brasileiros.
*Com informações do ICMBio