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Em evento promovido pelo Instituto Ekos Brasil, executivos de grandes empresas dialogaram sobre sustentabilidade corporativa e mercado de carbono.
Lideranças das áreas de sustentabilidade e gestão climática estiveram reunidas na manhã desta segunda-feira, 29, no evento “V Diálogos sobre a Nova Economia” organizado pelo Instituto Ekos Brasil em parceria com as empresas apoiadoras institucionais do Programa Compromisso com o Clima.
Em sua 5ª edição, o evento debateu sobre “Estratégia ESG e Gestão Climática no setor privado” com apresentação de cases e um painel de diálogo entre representantes das empresas Natura, Itaú e Localiza.
Para os gerentes presentes, um desafio comum no setor privado é o reporte dos indicadores de sustentabilidade. “Como reportar todas as suas métricas ESG e dar visibilidade ao mercado? Seguindo qual framework?”, indagou Emerson Gomes, Gerente de Legalização e Meio Ambiente da Localiza. Já João Teixeira, Gerente de Sustentabilidade e Mudança Climática da Natura e Co, destacou que ainda é muito complexo identificar o impacto à natureza quando se une outros aspectos da sustentabilidade e que, por isso, é preciso padronizar e reportar.
Outra pauta comum e de grande relevância é o desafio da Governança, ou o G de ESG, dentro das empresas. De acordo com Teixeira, integração é essencial quando se fala em Governança.
Tal impacto, inclusive, se transformou em uma ferramenta de gestão integrada na Natura e Co, chamada IP&L (Integrated Profit and Loss, na sigla em inglês). “Começamos a correlacionar alguns aspectos financeiros desses impactos na gestão do carbono. Impacto para as pessoas e para a saúde pública, por exemplo”, completou Teixeira.
A Natura e Co, que recentemente conseguiu a listagem A do CDP, ainda assim sofre pressões dos investidores para voltar a figurar em alguns índices financeiros de sustentabilidade. Já do lado da Localiza, a pressão não passa por um índice específico. “Nosso investidor quer um compromisso público”, completa Gomes.
Com mais de 500 mil veículos em sua frota e cerca de 600 mil toneladas de emissões, sendo 96% provenientes do consumo final (clientes), a Localiza busca expandir sua visão ambiental para além do carbono, trazendo para a sua atuação os pilares dos resíduos e da energia. Antes, toda a manutenção dos carros era terceirizada, agora, a empresa tem grandes centros de manutenção. “Trouxemos isso para dentro, para inclusive educar nossos fornecedores, como os mecânicos de pequenas oficinas locais”, contou o executivo da Localiza.
Depois de trazer desafios e exemplos para engajar a cadeia de fornecedores e atender às exigências de investidores, os executivos também responderam a uma pergunta sobre o engajamento dos colaboradores das empresas com as metas de sustentabilidade e mudança climática.
“No banco, temos mais de 10 comitês, além do board executivo, discutindo sustentabilidade e ESG. Desde 2019 firmamos os compromissos de impacto positivo dentro de cada área. São metas do diretor(a) para a equipe que estabelecem qual ‘norte’ a equipe irá seguir”, conta Filipe Guimarães, Community Manager do CUBO Itaú.
Para João Teixeira, o que funciona dentro da Natura e Co é fazer as correlações entre as estratégias do negócio e como isso afeta as emissões. “Trazer uma relação causal, engaja mais”, disse o executivo. Já na Localiza, os projetos de sustentabilidade têm um líder de cada área de negócio, por isso pertencem a todas as áreas.
Além disso, Natura e Co e Localiza adotam abordagens educativas internas e metas de carbono aliadas à PLR para as lideranças.
Para além do entusiasmo com a inovação e a tecnologia, os três executivos alertaram para a digitalização de metas e indicadores de sustentabilidade, ressaltando a importância de garantir due diligence, governança e de não fazer redução de emissões em cima de estimativas e soluções mágicas para questões que precisam de comprovações reais, como a redução de emissões absolutas de cada empresa.
Como apoiadoras institucionais do Compromisso com o Clima, as três empresas apresentaram seus cases de sustentabilidade destacando os benefícios do programa em suas estratégias.
A Natura é uma das primeiras apoiadoras e resgatou o histórico do programa como protagonista no mercado brasileiro.
“O Compromisso com o Clima veio para garantir integridade para um mercado volátil e disperso. Foi uma evolução para o comprador e para o desenvolvedor de créditos de carbono. Tínhamos um apetite por créditos, mas os projetos produziam muito mais. Então, nos juntamos e conseguimos escalar o impacto”
disse João Teixeira, Gerente de Sustentabilidade e Mudança Climática da Natura e Co.
Já a Localiza chegou a analisar a viabilidade de um programa interno de compensação, mas encontraram no Compromisso com o Clima tudo o que precisavam. “Temos um retorno positivo dos investidores pelo fato de estarmos ligados ao programa”, completou Emerson Gomes, gerente de Legalização e Meio Ambiente da Localiza.
Durante o evento, os executivos compartilharam dicas de filmes, livros e podcasts sobre a área. Confira:
Filme: Breaking Boundaries: The Science Of Our Planet
Livro: Sul – A Expedição Mais Perigosa do Mundo
Livro: Como evitar um desastre climático: As soluções que temos e as inovações necessárias
Livro: ON IMPACT: A guide to the Impact Revolution
Livro: Crise climática e o Green New Deal Mostra Ecofalante
Livro: Crise climática e o Green New Deal
Podcast: The Future of Energy
Podcast: Conversas Sustentáveis – Transformando Mentes