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Mercado de carbono responsável: boas práticas para a sua empresa

Cibele Lana 25 nov 2021

Mercado de carbono responsável: boas práticas para a sua empresa

Começando com o pé direito. 

Para fazer parte do mercado de carbono, como vendedor ou como comprador, é preciso ética, transparência e responsabilidade, principalmente pelo fato de que ainda estamos sem regulamentação nacional quanto à gestão de créditos no mercado voluntário de carbono.

Por isso, desejamos trazer à luz boas práticas e recomendações feitas por estudos globais dos movimentos mais importantes relacionados à gestão climática e UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – quanto ao mercado de carbono.

Vale ressaltar que a estratégia de compra de REs (redução de emissões) ou créditos de carbono precisa fazer parte do roadmap ou do planejamento estratégico de sustentabilidade da empresa, conectando tal iniciativa com o inventário de gases de efeito estufa, e seguindo, primordialmente, a metodologia estipulada pelo Protocolo GHG.

E mesmo se parece repetitivo, também é importante frisar que os pilares de gestão climática devem se fundamentar na redução das emissões como ponto de partida – criando metas de redução em linha com o SBTi (Science Based Target initiative) – e  na compensação das emissões, tendo em consideração o Acordo de Paris e o tratado conjunto global de limitar a temperatura média global a 1,5°C em relação a temperatura que a Terra apresentava na época pré-industrial.

Quanto ao pilar de compensação, há oportunidade de extrapolar o benefício climático e integrar a responsabilidade climática da empresa a seus temas materiais e consequentemente aos seus indicadores sociais, ambientais e econômicos que a própria companhia estabelece como KPIs internos de gestão de sustentabilidade e metas públicas. A estratégia climática da empresa deve estar conectada ao seu modelo de negócio, sendo considerado como um dos aspectos relevantes para as tomadas de decisão, trazendo oportunidade para que essa agenda seja um driver de inovação e de responsabilidade sócio ambiental 

Um fio condutor plausível para avaliar se seus créditos de carbono estão alinhados a uma prática de desenvolvimento sustentável é ir além da compra de créditos de carbono, ou seja, buscar projetos que agregam valor social, econômico e ambiental.

Há uma necessidade latente em aprofundar a avaliação da qualidade dos projetos que estão no mercado gerando créditos de carbono e, isso vem sendo exposto em alguns estudos.

1. De acordo com o Carbon Pricing 2021 do Banco Mundial, avaliar e melhorar a qualidade dos créditos de carbono no mercado voluntário é o que trará segurança e confiabilidade aos compradores de créditos, ou seja, além de seguir com compra de créditos que sejam certificados e verificados, será necessário buscar outras qualificações para os projetos, como certificações adicionais como Climate, Community and Biodiversity Standard; Sustainable Development Verified Impact Standard (Verra) e Social Carbon, além da avaliação técnica e jurídica, na região, promovida pelo Compromisso com o Clima – Ekos Brasil.

2. Com uma avaliação técnica adequada dos projetos disponíveis para venda de REs, emerge também a importância não apenas da compensação do carbono na ponta do lápis, mas também dos ganhos sociais e ambientais para além do carbono, com projetos de alta qualidade, selecionados e validados pela avaliação técnica e com baixo risco reputacional por meio de uma avaliação jurídica.

3. Todo crédito tem um número de série único, aprovado e registrado em plataformas referentes às suas respectivas certificações para que não haja dupla contagem, além de realizar a emissão de contratos e apenas compra de créditos verificados e certificados.

4. O crédito de carbono atua como função complementar às estratégias climáticas, pois a prioridade é reduzir as emissões, por isso a importância de avaliar e melhorar a qualidade dos créditos disponíveis (World Bank, 2021).

5. Um bom exemplo de projetos que traz indiscutivelmente benefícios socioambientais são os projetos REDD+ (Redução de Emissões provenientes de desmatamento e degradação). Esse tipo de mecanismo se conecta às metas de redução e compensação que as empresas precisam adotar (NbS, 2021).

6. Para que nenhuma etapa seja deixada para trás, a recomendação é que as empresas realizem seus inventários, contemplando escopo 1, 2 e 3, definam suas metas Net Zero com objetivos e indicadores alinhados ao compromisso de aquecimento global de até apenas 1.5oC e então façam uma estratégia de gestão, comunicação e marketing com esses dados bem estabelecidos.

O Ekos é a única OSCIP que atua em rede com grandes empresas para que os créditos disponibilizados pelo Compromisso com o Clima passem por essa avaliação técnica e jurídica, para que todas as partes envolvidas sejam beneficiadas.

Quer saber mais sobre o Programa Compromisso com o Clima, acesse o site agora e clique em Quero fazer parte! 

 

Por Danielly Mello Freire, Jessica Fernandes  e Talia Bonfante

 

Referências: 

SBTi. Disponível em: <https://sciencebasedtargets.org/>. Acesso em: 25 de novembro de 2021.

State and Trends of Carbon Pricing 2021, World Bank. 2021.

Guia para compra responsável de créditos REDD+ no Brasil. Soluções Baseadas na Natureza. Aliança Brasil NBS. 2021.

Future Demand, Supply and Prices for Voluntary Carbon Credits – Keeping the Balance. UCL, Trove Research, Liebreich Associates. 2021.Explicando os mercados de carbono na era do Acordo de Paris. LACLIMA. 2021

 

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