Você sabe o que é remediação in situ e ex situ?
Atualmente, são muitas as tecnologias existentes que podem ser empregadas para a remediação de áreas contaminadas. Profissionais experientes no setor sabem que não existe uma única técnica ideal para todos os desafios encontrados no gerenciamento de áreas contaminadas: cada caso é único em suas características geológicas, hidrogeológicas, climáticas, geográficas e sociais, além de que fatores como o histórico de uso do solo da área estudada e, claro, os contaminantes de interesse nela encontrados constituem apenas algumas das “peças” do quebra-cabeças que devem ser consideradas para que seja possível a tomada de decisão acerca de qual a melhor técnica de remediação a ser adotada (ou combinação destas).
Como exemplos de técnicas comumente utilizadas, podemos citar a biorremediação, a técnica pump and treat (bombeamento e tratamento), a retirada de vapores do solo, a oxidação química e a aplicação de barreiras reativas. Esta lista, porém, está longe de ser exaustiva, especialmente considerando que novas tecnologias e diferentes formas de aplicação de metodologias já conhecidas surgem constantemente neste mercado em ininterrupta evolução.
Dentre as técnicas existentes, entretanto, há uma popular forma de distinção entre o local de sua aplicação: algumas destas mencionadas acima (e muitas outras) são consideradas técnicas in situ, ou seja, aquelas em que o tratamento da contaminação ocorre na própria área de estudo, sem que haja remoção do material contaminado para tratamento. Um ótimo exemplo de técnica in situ é a aplicação de barreiras reativas permeáveis (BRP) em locais específicos da área a ser tratada. A técnica se baseia, de forma bastante simplificada, na passagem do fluxo de água subterrânea contaminada por uma superfície permeável que proporciona reações químicas que atenuam sua carga de contaminantes. Todo o processo ocorre, portanto, no próprio local de estudo, ou seja, na área contaminada a ser tratada.
Já as técnicas ex situ são aquelas em que o material contaminado é levado para outro local para tratamento. Pode ser o caso, por exemplo, da técnica de lavagem do solo (soil washing), utilizada normalmente em casos envolvendo solos com uma concentração muito alta de contaminantes. Neste caso, o solo é retirado mecanicamente da área de estudo, tratado em local adequado e, então, devolvido ao local de origem.
Com o aumento das preocupações do mercado em relação à sustentabilidade nos processos – incluindo, claro, os processos de remediação de áreas contaminadas -, tem havido nos últimos anos uma preferência à aplicação de técnicas in situ, já que estas não implicam no transporte de materiais para fora da área de estudo, poupando o projeto de possíveis impactos como a emissão de gases de efeito estufa (gerado por caminhões executando o transporte dos materiais contaminados, por exemplo). Não há uma “receita de bolo” para esse processo, entretanto: cada área deve ser devidamente estudada e as técnicas viáveis de aplicação devem ser individualmente avaliadas em suas vantagens e desvantagens, para que então possa ser determinada aquela que garantirá os melhores benefícios (sociais, ambientais e econômicos) ao projeto.